Não há regime que oprima a felicidade dos Ladysmith Black Mambazo
Nos derradeiros dias do Festival Músicas do Mundo, o coro sul-africano celebrou a democracia e a liberdade e Susheela Raman esquivou-se a definições. A festa ficou por conta de Inner Circle, Omar Souleyman e Underground System, o apelo à revolução coube a Ikoqwe.
Uma das mais sedutoras características de um acontecimento como o Festival Músicas do Mundo (FMM), em Sines, é a relação honesta que propõe entre músicos e público. Os contextos locais são, na maior parte das vezes, ignorados pelas multidões e permitem, por isso, a fruição de um concerto livre de preconceitos ou parti-pris de qualquer ordem. É possível, por isso, que no seu país de origem (Síria), e na região onde construiu uma imbatível reputação de animador de casamentos (Síria, Líbano, Palestina e Jordânia), Omar Souleyman seja aquilo a que em Portugal se convencionou chamar “artista pimba”. No caso do mundo árabe, é até provável que alguém como Souleyman, que gravou e comercializou centenas de cassetes das suas actuações nessas cerimónias e assim se popularizou, seja olhado de soslaio por gente nova e desconfiada de quem ganha(va) a vida a debitar uma banda sonora para a felicidade alheia.
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