Marcelo recusa pronunciar-se sobre kits de Protecção Civil sem perceber o que se passou
O Jornal de Notícias escreve nesta sexta-feira que 70 mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que custaram 125 mil euros, foram entregues pela Protecção Civil no âmbito do programa “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras”.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou nesta sexta-feira que não se vai pronunciar sobre os kits de Protecção Civil que contêm componentes inflamáveis, sem ter “sabido, ter conhecido e ter percebido” o que se passou.
“Vinha no automóvel para cá [Mação] quando vi a notícia. Aliás, vi várias declarações e observações sobre essa notícia. Não vou comentar sem ter visto, ter sabido, sem ter conhecido e ter percebido. Só me preocupa quando tiver percebido o que se passou”, afirmou o chefe de Estado.
O Jornal de Notícias escreve nesta sexta-feira que 70 mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que custaram 125 mil euros, foram entregues pela Protecção Civil no âmbito do programa “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras”.
De acordo com o jornal, as golas antifumo, fabricadas em poliéster, “não têm a eficácia que deveriam ter: evitar inalações de fumos através de um efeito de filtro”.
Entretanto, a Protecção Civil esclareceu que os materiais distribuídos no âmbito dos programas “Aldeias Seguras” e “Pessoas Seguras” não são de combate a incêndios nem de protecção individual, mas de sensibilização de boas práticas.
Marcelo Rebelo de Sousa iniciou um périplo em Mação, distrito de Santarém, e vai visitar ainda os concelhos de Vila de Rei e da Sertã, no distrito de Castelo Branco, para perceber no terreno aquilo que se passou no incêndio que teve início no sábado e que atingiu estes três concelhos.
“Estou no inicio de um périplo. Comecei por Mação, vou continuar, vou prosseguir e só depois é que terei uma ideia mais completa e, mesmo ainda aí, há elementos que se vai recolhendo, documentação que me ficou de ser enviada, para ter a noção exacta das causas gerais e das causas específicas e do conjunto complexo de realidades vividas nestes dias que todos acompanhamos”, sustentou.
Depois de efectuar várias visitas por algumas das localidades atingidas pelo incêndio, como Amendoeira ou Sarnadas, o chefe de Estado fez a última paragem no concelho de Mação, na praia fluvial de Cardigos.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que, até agora, já recolheu alguns elementos: “Já tenho muitos elementos na minha cabeça. Numa parte correspondia à ideia que tinha porque fui acompanhando e ouvindo protagonistas directos do que se passava. A área ultrapassa, numa certa dimensão, aquilo que tinha imaginado”, concluiu.