Há pelo menos cinco anos que não se registavam tantas mortes por atropelamento

Morreram 100 pessoas atropeladas em 2018, 14 delas foram vítimas de atropelamento com fuga.

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SERGIO AZENHA

Em 2018, 100 pessoas morreram atropeladas. O número é o mais elevado em cinco anos. Em 2017, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) contabilizava 88 vítimas mortais deste tipo de acidente. Em 2016, foram 80, no ano anterior, 88, e em 2014, 84.

No total, morreram 508 pessoas em acidentes rodoviários no ano passado — no início do ano, a Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária (ANSR) tinha avançado outro número: 513 vítimas mortais. Os dados finais agora apresentados são relativos às vítimas no local, até 24 horas após o acidente. A ANSR, responsável pelo tratamento estatístico da informação, ainda terá de publicar o relatório relativo às vítimas até 30 dias após o acidente.

Entre os atropelados, 14 foram vítimas de atropelamento com fuga: o dobro do valor de 2017. No ano passado, também se registaram mais mortes de peões: passou de 92 para 105. Em 35% dos casos, os acidentes ocorrem porque o peão estava “em plena faixa de rodagem”, noutros 12% a pessoa estava a “sair ou entrar do veículo” e em 11% estava a “atravessar uma passagem sinalizada”.

O PÚBLICO contactou a ANSR para obter explicações sobre a discrepância entre o número de vítimas mortais por atropelamento (100) e o número de peões mortos (105), dados que constam do relatório, mas não teve resposta.

Por outro lado, o número de vítimas mortais em acidentes com motociclos desceu de 93, em 2017, para 74 em 2018.

O total de vítimas mortais é ligeiramente inferior aos números de 2017 (510), mas permanece mais alto do que o registado desde 2014. 

No ano passado, os meses em que se contaram mais vítimas mortais foram Julho (54), Agosto (55) e Dezembro (52). Em 2017, os piores meses foram Maio (55), Junho (50) e Julho (53).

O sábado e o domingo continuam a ser os dias da semana com mais vítimas mortais. Quanto à hora do dia, os períodos entre as 6h e as 9h e as 15h e as 21h são os mais críticos. 

O número de vítimas mortais aumentou em Beja (de 21 para 23), em Faro (de 30 para 39), em Leiria (de 27 para 40), em Setúbal (de 56 para 65), em Vila Real (de 15 para 18) e em Viseu (de 16 para 27).

No documento, a ANSR inclui ainda uma lista dos pontos negros nas estradas portuguesas — são os “lanços de estrada com o máximo de 200 metros de extensão, no qual se registaram, pelo menos, 5 acidentes com vítimas, no ano em análise, e cuja soma de indicadores de gravidade [relação entre mortos, feridos graves e leves] é superior a 20”. O IC19 é a estrada com maior concentração de acidentes. Consulte a lista completa na tabela abaixo.

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