José Eduardo Martins: “Sou uma pessoa que prefere ler”
As escolhas do advogado e ex-deputado do PSD para as próximas semanas não incluem nada de José Rentes de Carvalho, que “foi a alegria dos últimos Verões”.
Há quem diga que tem o “polegar mais famoso do Facebook”. Tudo porque José Eduardo Martins gostar de ler e comentar, recomendando ou não, os livros que lhe vão passando pelos olhos. Quando os fotografa, para motarstrar as capas aos amigos e seguidores, deixa o dedo aparecer. E foi assim que o seu polegar se tornou conhecido.
Aos 49 anos, José Eduardo Martins é sócio do escritório Abreu Advogados desde 2005. Para trás ficaram as experiências governativas — foi secretário de Estado nos Governos de Durão Barroso e de Pedro Santana Lopes — e a longa passagem pelo Parlamento, onde esteve como deputado eleito pelo PSD entre 1999 e 2011. “Passei muitas tardes no plenário com um livro”, recorda. Não é de admirar, José Eduardo anda sempre com livros: mete-os na mochila, leva-os a passear, almoça com eles, vai com eles à praia. “Os meus filhos [tem três] já não se importam e as outras pessoas já estão habituadas a que eu seja um eremita”, conta ao PÚBLICO, a propósito dos livros que vai ler nas suas três semanas de férias.
A lista oficial existe, mas é provável que o leitor lhe acrescente mais uns títulos. “Tenho sempre livros à espera, há sempre qualquer coisa na mesinha de cabeceira”, confidencia, assumindo que tem milhares de volumes divididos entre a casa de férias, perto da praia, e a outra, em Lisboa. Como dorme pouco, lê muito. Coisas boas e coisas más. “Ainda consigo ler dois a três romances por mês”, conta. É uma das coisas que mais gosta de fazer, aliás. “Prefiro ler a quase tudo. Sou uma pessoa que prefere ler.”
Para já, na pilha que compilou a pedido do PÚBLICO, estão sete livros muito diferentes entre si, portugueses e não só, contemporâneos e clássicos, romances, ficção, não-ficção. A History of Knowledge, de Charles Von Doren; A Lã e a Neve, de Ferreira de Castro; Continente Dividido, de Ian Kershaw; Castelos Perigosos, de Louis-Ferdinand Céline; A Noite da Espera, de Milton Hatoum; Arde o Musgo Cinzento, de Thor Vihljálmsson; e Ficção Curta Completa, de Herman Melville.
Além destes, José Eduardo Martins confessa que tem outros na ideia. “Vou petiscar. Vou levar Dulce Maria Cardoso e ver o que ainda não li de Julian Barnes. Vou levar Mark Twain, apesar de me sobrar pouco para ler. Há um livro que li este ano e que que vou já reler: A Guerra das Salamandras, de Karel Capek. Não vou levar nada do Rentes [José Rentes de Carvalho], que foi a alegria dos últimos Verões, porque acho que já os reli quase todos”. No final das férias, pode até não ler tudo. “Não tenho essa pretensão. Mas depois trago-os e continuo a leitura” no resto do ano.
Quando José Eduardo está a ler, os temas podem misturar-se — História, Economia, Ambiente. “Gosto de pegar em muita coisa e ir alternando”. Menos quando de trata de romances. Nesse caso, o prazer está em ler um de cada vez. “De vez em quando há livros tão absorventes que se lêem num dia ou numa noite”, assegura.
Em jeito de curiosidade, vale a pena saber como é que o dono do polegar mais famoso do Facebook escolhe os livros ou, pelo menos, alguns livros que lê. “Nesse aspecto, chego a ser um bocadinho fútil porque julgo muito os livros pelas capas. Adoro o objecto livro e tenho editoras preferidas”.