PróToiro quer estádios tapados nas placas
Para a federação, a decisão de tirar a imagem do toureiro da sinalética que indicava o Campo Pequeno devia ser alargada a outros espaços como estádios desportivos ou igrejas.
A Federação Portuguesa de Tauromaquia (PróToiro) quer saber se a Câmara Municipal de Lisboa, à semelhança do que fez com as placas que indicavam o Campo Pequeno, vai retirar referências a instituições na sinalética que indica locais onde existem outras actividades que não apenas as que surgem identificadas.
No passado dia 19, o grupo municipal do CDS-PP questionou a retirada do símbolo do toureiro nas placas de direcção para o Campo Pequeno, justificada pela CML com o facto de hoje em dia decorrerem muito mais actividades no espaço do que as corridas de touros.
Para a federação, também a sinalética que indica os estádios do Benfica, Sporting e Belenenses, bem como igrejas ou universidades, deve ser alterada, uma vez que são espaços onde se realizam “actividades além daquela para a qual foram idealizados”.
No mesmo comunicado, a PróToiro acusou a medida de “censura, pura e dura, da câmara de Lisboa à tauromaquia” e acrescentou ainda que “o conceito escondido nesta medida é que se pode proibir, censurar e eliminar do espaço público algo de que não se gosta ou não concorda”.
“A câmara ou muda todos os sinais ou não muda nenhum. No Estádio da Luz realizam-se concertos e encontros religiosos. O mesmo se passa com os estádios do Sporting e do Belenenses, mas não deixam de ser estádios de futebol”, afirma Hélder Milheiro, secretário-geral da PróToiro, citado num comunicado enviado à imprensa. E acrescenta: “A Igreja de São Roque não é só um local de culto, pois tem um programa regular de concertos. O mesmo acontece com a Universidade de Lisboa, que não é só um local de ensino”.
Acusando a câmara de proceder a um “acto de vandalismo político”, a federação acrescenta que “ver parte do Partido Socialista, fundador da Democracia, numa posição de subserviência, refém de partidos proibicionistas e intolerantes, é uma visão, no mínimo, preocupante”.
Texto editado por Ana Fernandes