Conservadores escolhem Boris Johnson para primeiro-ministro do Reino Unido
Ex-ministro dos Negócios Estrangeiros superou Jeremy Hunt na votação interna do Partido Conservador e sucede a Theresa May na liderança do Governo britânico.
Apontado há várias semanas como o grande favorito à sucessão de Theresa May, Boris Johnson foi esta terça-feira confirmado como líder do Partido Conservador e próximo primeiro-ministro do Reino Unido.
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-mayor de Londres foi declarado vencedor da eleição interna dos tories, iniciada no princípio de Junho, suplantando o actual detentor da pasta da Diplomacia, Jeremy Hunt, com 66% do total de votos – 92.153, contra 46.656 de Hunt.
Depois de várias rondas de eleições em que participaram apenas os deputados do Partido Conservador – onde Johnson triunfou sucessivamente e com vitórias folgadas – a votação final foi aberta aos cerca de 160 mil militantes tories no final do mês passado. A participação foi de 87%.
“Cumprir o ‘Brexit’, unir o país e derrotar Jeremy Corbyn”, serão as três prioridades do seu executivo, anunciou Johnson, no seu discurso de vitória.
O líder do Partido Trabalhista reagiu ao resultado da contenda tory no Twitter, argumentando que Boris Johnson “não conquistou o apoio do país”.
Antes de apresentar formalmente a sua demissão à rainha Isabel II, May ainda vai participar numa última sessão de perguntas e respostas na Câmara dos Comuns de Westminster, agendada para quarta-feira.
Boris Johnson reunir-se-á com a rainha mais tarde, nesse mesmo dia, para apresentar o seu Governo e ser conduzido oficialmente ao cargo de primeiro-ministro.
Quinta-feira será dia de nomear ministros e secretários de Estado, enquanto a câmara baixa se reúne para a última sessão antes da suspensão dos trabalhos, por ocasião das férias de Verão – os deputados voltam a reunir-se a 3 de Setembro.
O antigo ministro chega ao número 10 de Downing Street confiante em cumprir a retirada do Reino Unido da União Europeia antes do dia 31 de Outubro “custe o que custar” – postura que diferenciou a sua candidatura da de Hunt, mais moderado.
“Vamos dinamizar o país, vamos resolver o ‘Brexit’ no dia 31 de Outubro e vamos aproveitar as vantagens de todas as oportunidades que [a saída da UE] trará, com um novo espírito positivo”, prometeu o sucessor de May.
“Como o gigante adormecido que somos, vamos erguer-nos e libertarmo-nos das amarras da desconfiança e da negatividade, com melhor educação, melhores infra-estruturas, mais polícias, e fantástica fibra óptica de banda larga a brotar em cada casa. Vamos unir este país maravilhoso e levá-lo para a frente”, acrescentou ainda.
A primeira missão será, no entanto, formar uma maioria suficientemente estável no Parlamento que lhe permita sobreviver às investidas dos deputados dos vários partidos – incluindo do seu – que rejeitam um “Brexit” sem acordo e dos que querem eleições antecipadas.