Câmara do Porto diz que número de incêndios no centro histórico está estabilizado
Média de incêndios tem andado nos 338 fogos por ano. Crescimento acontece em edifícios habitacionais e não em devolutos, diz autarquia
O incêndio na Rua da Alfândega, há menos de uma semana, voltou a levar à reunião de câmara do Porto o tema dos incêndios urbanos. Manuel Pizarro pediu ao executivo de Rui Moreira explicações sobre o “anormal número de incêndios” ocorrido na cidade e sobre o reacendimento deste fogo em particular, horas depois de ter sido dado como extinto.
A percepção de que há mais incêndios no Porto é, no entanto, errada, contrariou Rui Moreira, atirando responsabilidades dessa ideia para a cobertura mediática dada ao tema e particularmente ao caso da Rua Alexandre Braga, onde morreu uma pessoa e três homens já foram constituídos arguidos.
Cristina Pimentel, vereadora com os pelouros da Fiscalização e Protecção Civil, garantiu que os números que chegam à câmara são peremptórios e mostram que não existe um aumento de incêndios em casas devolutas. “Os números estão estabilizados nos últimos anos”, afirmou, referindo-se a dados dos últimos quatro anos, e “até diminuíram um pouco no centro histórico”.
Segundo Cristina Pimentel, a média de incêndios tem andado nos 338 – quase um por dia – tendo havido um pico no ano de 2010, em que esse valor se aproximou dos 400 fogos.
O que se verifica, anuiu, é um “aumento do número de incêndios em edifícios habitacionais”, fenómeno que associa à “maior ocupação e movimento da cidade”.
O fogo no prédio de Miragaia, onde vai nascer um hostel, está a ser investigado pela Polícia Judiciária, revelou Rui Moreira, mas já se conclui que terá tido origem nas arcas frigoríficas da mercearia que funcionava no rés-do-chão, o negócio com mais de 60 anos de Alexandre Gomes. O reacendimento, completou Cristina Pimentel, aconteceu por haver uma viga em madeira partilhada com o edifício contíguo.