Nuno Garoupa. O subdesenvolvimento de Portugal como um problema de cultura e de instituições
O convidado desta semana do podcast Quarenta e Cinco Graus é Nuno Garoupa, professor de Direito na Universidade George Mason, nos EUA, cuja investigação académica se tem debruçado sobretudo sobre direito comparado e a relação entre as instituições do Direito e a Economia.
Numa conversa sobre as causas da pobreza (relativa) de Portugal, fala-se do papel da geografia, das instituições e da cultura no atraso português, cujos efeitos estão inevitavelmente entrelaçados.
Nuno Garoupa fala sobre o modo muitas vezes perverso como funcionam as elites em Portugal e das especificidades indesejáveis da cultura nacional, como a falta de confiança interpessoal, o pouco cultivo do pensamento crítico no sistema de ensino, a obsessão (muito católica) com a culpa ou a tendência para ver a discussão de ideias como um combate moral e um jogo de soma nula.
Numa óptica que é também de quem se habituou a pensar o país vendo-o de fora, Nuno Garoupa fala sobre soluções possíveis — sendo que, inevitavelmente, é muito mais difícil chegar a elas do que fazer o diagnóstico.
Aborda-se também o problema da quase estagnação da economia nas duas últimas décadas e outras ameaças à prosperidade e à satisfação dos portugueses com a democracia. Insatisfação essa, aliás, que o convidado prevê, mais tarde ou mais cedo, como potenciadora de uma alteração de regime.
Na última parte da conversa, numa viagem à área de investigação do convidado, navega-se pelos desafios e insuficiências do sistema judicial português. Nuno Garoupa é autor do ensaio O Governo da Justiça, publicado em 2011 pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
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