Ébola: DGS desaconselha viagens para a República Democrática do Congo

“Sublinha-se que Portugal tem planos de contingência e orientações já implementadas para esta situação que são objecto de revisão contínua”, refere a DGS, sublinhando que o risco de introdução e propagação do vírus na União Europeia “continua a ser muito baixo”, mas só será nulo quando for interrompida a transmissão na República Democrática do Congo.

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Funcionários do Ministério da Saúde da República Democrática do Congo controlam a temperatura da população em Goma EPA/PATRICIA MARTINEZ

A Direcção-Geral da Saúde desaconselha as viagens à República Democrática do Congo e sugere, nos casos de viagem indispensável, que lave e descasque fruta e vegetais antes de consumir e que se evite carne de caça.

Numa nota a propósito da declaração da Organização Mundial de Saúde (OMS) de Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional na República Democrática do Congo, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) aconselha que tenha mesmo de viajar para aquele país a não contactar com doentes ou cadáveres infectados com Ébola e usar apenas água potável.

Lavar as mãos regularmente com sabão ou antissépticos e garantir práticas sexuais seguras são outros dos conselhos da DGS para quem se veja obrigado a viajar para a área afectada pelo surto de Ébola.

A DGS diz que tem acompanhado a evolução do surto deste 2018 e procedido “à divulgação de informação à rede de autoridades de saúde, hospitais de referência e parceiros relevantes”. “Sublinha-se que Portugal tem planos de contingência e orientações já implementadas para esta situação que são objecto de revisão contínua”, refere a DGS, sublinhando que o risco de introdução e propagação do vírus na União Europeia “continua a ser muito baixo”, mas só será nulo quando for interrompida a transmissão a nível local, na República Democrática do Congo.

A autoridade de saúde diz ainda que constituiu um grupo de trabalho para as medidas de preparação e resposta a esta emergência de saúde pública de âmbito internacional e que actualizará a informação sempre que necessário.

Esta foi a quinta declaração de Emergência de Saúde Pública Internacional, sucedendo à de um anterior surto de Ébola na África Ocidental que matou mais de 11.000 pessoas (2014/16), o surgimento do vírus zika nas Américas, a pandemia de gripe suína e a poliomielite.

A OMS tem sido criticada pela resposta lenta à actual epidemia, que resistiu a declarar como emergência global até que o vírus se espalhasse em três países, deixando mais de 1600 mortos.