Na altura do ano em que mais se ouve falar de férias e hotéis, quem não pode estar fisicamente num pode transportar-se para um outro ficcionado: o Grande Hotel da Marateca. Nota: ler este nome com um vozeirão. A história deste podcast passa-se no maior hotel da Marateca, um hotel único — até porque só há este na União das Freguesias de Poceirão e Marateca, localidades rivais (e reais) no concelho de Palmela.
O narrador vai contando o que se passa no Grande Hotel da Marateca (lembrem-se: vozeirão!) e a voz é-lhe dada pelo autor da podsérie, Luís Franco-Bastos. O comediante decidiu também cortar nas despesas com os actores, de modo que o dono do hotel, Rogério Fagundes, é Luís Franco-Bastos, a mulher de Rogério é Luís Franco-Bastos, o filho e a filha de Rogério são Luís Franco-Bastos, a empregada bielorrussa mal paga é… já se percebeu a ideia. É uma questão de logística.
Quem acompanha Luís desde que furou o mundo da comédia sabe que manipular vozes de pessoas conhecidas lhe deu muita notoriedade — mas tem vindo a reduzir os momentos em que, nos espectáculos, se faz parecer outros usando a voz.
Será isto humor ao ouvido ou uma conversa de tontos? Pode ser o que quiserem, desde que ouçam. Tal como na literatura, o melhor é a conversa e não tanto o resumo do enredo. Quem quer saber se o Grande Hotel de Marateca (vozeirão) recebe a terceira estrela ou se o clube de futebol do coração de Rogério vence o rival? Tal como por vezes o que mais prazer dá é o caminho e não o destino final, vamo-nos rindo com as interacções das personagens. Na verdade, é só o comediante Luís Franco-Bastos a falar sozinho. Mas nós, enquanto sociedade, conseguimos aceitar isso facilmente.
O podcast chegou agora ao 12.º episódio e cada um tem à volta de dez minutos, portanto em pouco tempo põem-se a par da história se não tiverem cedido à pressão do passa-palavra que acontece nas redes sociais. Descarreguem os episódios, preparados para rir: esta podsérie está disponível no Soundcloud, iTunes, Spotify e YouTube.