Politécnicos foram os “mais prejudicados” pelas novas regras para a fixação de vagas
Quem o diz é o responsável do Conselho Coordenador dos Politécnicos. A quebra verificada nos institutos é sobretudo justificada pela diminuição do número de vagas nas duas maiores instituições deste subsistema, o Politécnico de Lisboa, que reduziu 55 vagas, e o Politécnico do Porto, que perde 43.
Os institutos politécnicos foram os “mais prejudicados” pelas novas regras para a fixação de vagas para o ensino superior, considera o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Pedro Dominguinhos. O sub-sector perdeu quase uma centena de lugares e um ponto percentual de quota no concurso nacional de acesso, que começa nesta quarta-feira.
Das 50.860 vagas que foram colocadas a concurso no regime geral de acesso ao superior, 28.236 (56%) estão nas universidades, mais 98 do que no ano passado. Já os politécnicos perdem 90 lugares face a 2018. Estão agora a concurso 22.624, 44% do total – menos um ponto percentual do que no ano passado.
A quebra verificada nos institutos politécnicos é sobretudo justificada pela diminuição do número de vagas nas duas maiores instituições deste subsistema, o Politécnico de Lisboa, que reduziu 55 vagas, e o Politécnico do Porto, que perde 43.
As regras aplicadas este ano pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior autorizaram as instituições de Lisboa e do Porto a aumentar o número de lugares nas licenciaturas com médias superiores a 17 valores. Em compensação, teriam que reduzir oferta em todas as outras – com excepção das áreas das competências digitais e ciências de dados. Os dois politécnicos não tinham nenhum curso em condições de aumentar o número de vagas.
O resultado era, por isso, “esperado” para o CCISP. “A partir do momento em que foi definido este critério de excelência, sabíamos que isto podia acontecer”, explica o líder daquele organismo, Pedro Dominguinhos, que é presidente do Instituto Politécnico de Setúbal. No seu parecer sobre o despacho orientador da fixação das vagas os politécnicos “tinham avisado” o ministério de que este seria o resultado.
O sub-sistema “acabou por perder” com a aplicação das novas regras, um resultado que “obriga a uma reflexão no próximo ano”, considera Dominguinhos.
É também um politécnico a instituição de ensino superior que perde mais vagas no concurso nacional de acesso deste ano. Trata-se do Politécnico de Santarém, que terá menos 70 vagas disponíveis. Trata-se de uma situação específica que se prende com o facto de a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) não ter autorizado a abertura de um novo curso nesta instituição.
Em sentido contrário, seis instituições aumentam vagas, sendo que as principais subidasse verificaram nos politécnicos de Bragança (mais 39) e Guarda (35).