PS perguntou quem quer ser deputado. Oito disseram sim, quatro conseguiram

Oito militantes foram a jogo, mas a concelhia do PS-Porto só podia indicar quatro. A lista dos deputados pelo círculo do Porto será aprovada na sexta-feira e na altura já se saberá quem vai liderar a candidatura.

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PS-Porto aprova sexta-feira a lista de deputados Nuno Ferreira Santos

A comissão política da concelhia do PS-Porto quis saber quem eram os militantes que se autopropunham para ser deputados na próxima legislatura e oito militantes responderam à chamada. Apenas quatro vão constar da lista da distrital que será remetida para a direcção nacional. A votação aconteceu durante uma reunião da concelhia socialista e a professora Maria João Castro, da secção de Santo Ildefonso, foi a mais votada com 55 votos.

Patrícia Faro, militante na secção de Cedofeita, e Pedro Braga de Carvalho, deputado municipal que trabalhou com o ex-ministro da Defesa José Alberto Azeredo Lopes, contabilizaram 50 e 37 votos, respectivamente, seguindo-se o economista Hugo Gilvaia, com 35. Estes são os quatro nomes que foram já indicados pela concelhia.

Fora das listas ficam: o engenheiro José Luís Catarino (22 votos), o ex-presidente da Junta da Vitória Fernando Oliveira (16), o economista Rui Saraiva (15), da secção do PS de Lordelo, e José Braga (13) da secção de Massarelos.

Os quatro nomes mais votados são pessoas próximas do deputado e ex-presidente da concelhia do PS-Porto, Tiago Barbosa Ribeiro, que nas últimas eleições perdeu por uma margem pequena a presidência da estrutura concelhia para o também deputado Renato Sampaio. Desta forma, Tiago Barbosa Ribeiro está a tentar recuperar o espaço político que perdeu. A nova concelhia que vier a ser eleita depois das legislativas de Outubro vai ter preparar o processo eleitoral das autárquicas de 2021.

Foi a primeira que a concelhia do PS-Porto pôs em marcha um processo de escolha de candidatos em que os militantes que consideram ter perfil para ser deputado podiam avançar apresentando uma candidatura que terá de ser sufragada pelos membros do órgão concelhio.

Renato Sampaio fez um balanço positivo da iniciativa, afirmando tratar-se de um “processo democrático e participado que permitiu que qualquer membro da comissão política concelhia pudesse apresentar-se a votos”. “Numa reunião muito concorrida e que decorreu num clima de grande diálogo e pluralidade, o método de votação foi sufragado por uma esmagadora maioria dos 71 membros (efectivos e suplentes) da concelhia, registando-se apenas quatro votos contra e cinco abstenções”, lê-se num comunicado da estrutura concelhia.

“Com este processo fortemente participado, o PS-Porto deu um sinal de abertura e transparência, valorizando a participação democrática nos seus órgãos dirigentes”, declarou ao PÚBLICO Renato Sampaio, que já assumiu que não pretende regressar aos corredores do Parlamento.

Os actuais deputados socialistas Pedro Bacelar de Vasconcelos, Carla Miranda e Tiago Barbosa Ribeiro ficaram de fora desta votação, bem como independente Alexandre Quintanilha que, em 2015, encabeçou a lista do PS pelo círculo eleitoral do Porto. O nome dos três deputados do PS foram a primeira indicação da concelhia e os quatro candidatos a segunda.

A distrital do PS-Porto prepara-se para aprovar a lista de deputados na sexta-feira à noite e, quando isso acontecer, já se saberá quem vai liderar a candidatura do partido pelo Porto. A estratégia de António Costa passa por divulgar os cabeças de lista no dia em que as distritais reúnem as suas comissões políticas para aprovação das listas.

No Porto, há dois nomes apontados para liderar a lista: Alexandre Quintanilha e João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Transição Energética que, por um lado, granjeou uma grande notoriedade ao bater-se pela redução do preço dos passes sociais em todo o país e, por outro, porque as questões ambientais estão na ordem dia.

 “Matos Fernandes tornou-se numa figura de primeiro plano e se o seu nome vier a ser indicado para liderar a lista do PS pelo Porto, o secretário-geral estará a dar um sinal relativamente às eleições autárquicas de 2021”, declarou ao PÚBLICO fonte socialista, revelando que esse é o “alinhamento” da distrital. Mas a verdade é que dificilmente haverá uma boa razão para António Costa substituir Alexandre Quintanilha, que liderou a lista nas últimas legislativas, pelo agora socialista Matos Fernandes. Na sexta-feira se saberá.

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