Vaticano descobre ossadas durante buscas de Emanuela Orlandi, a adolescente desaparecida em 1983
Autoridades encerraram uma área no interior do Colégio Pontifício Alemão, no Vaticano, em busca da adolescente desaparecida em 1983. Não se sabe ainda a quem pertencem os restos mortais e os especialistas forenses continuarão a investigar nos próximos dias.
O mistério do desaparecimento da filha de 15 anos de um funcionário do Vaticano, em 1983, reacendeu-se com a descoberta de dois conjuntos de ossadas neste sábado.
Os restos mortais foram encontrados debaixo de um alçapão de pedra no Colégio Pontifício Alemão, na área adjacente ao cemitério. A descoberta das ossadas acontece depois de o Vaticano ter pedido mais investigação sobre o desaparecimento de Emanuela Orlandi, a adolescente que foi vista pela última vez há 36 anos, numa paragem de autocarro no centro de Roma, em Itália, quando regressava de uma aula de flauta.
A área onde foram encontrados os ossos foi encerrada para que especialistas forenses retomem a investigação nos próximos dias.
Após mais de três décadas sem pistas, a procura por Orlandi recomeçou em Março de 2019 quando a família recebeu uma carta anónima que mostrava a fotografia de um anjo em cima de um túmulo, no Cemitério Teutónico do Vaticano. Os desenvolvimentos levaram o Vaticano a abrir os túmulos de duas princesas sepultadas no século XIX (Sophie von Hohenlohe, que morreu em 1836, e Carlotta Federica, morta em 1840), na quinta-feira passada, a pedido da família. Porém, os túmulos estavam vazios, o que surpreendeu tanto os familiares de Orlandi, como os descendentes das princesas.
Em comunicado, o responsável de imprensa do Vaticano, Alessandro Gisotti, explicou que é possível que os restos mortais das princesas tenham sido relocados para outra área do cemitério. A descoberta motivou pesquisas nos arquivos do cemitério para conhecer a natureza das obras realizadas no espaço, algumas das quais datam do fim do século XIX e outras das décadas de 1960 e 1970.
Em 2019, o desaparecimento de Emanuela Orlandi continua a ser um dos grandes mistérios de Itália. As teorias abundam – com hipóteses que envolvem a máfia ou o próprio Vaticano –, mas a polícia não exclui a possibilidade de Orlandi ter sido sequestrada e morta por razões alheias, ou que tenha sido vítima de tráfico humano.