Uma colecção com cheiro a petróleo na Gulbenkian

O que levou Calouste Gulbenkian a coleccionar caríssimos tapetes persas, colorida cerâmica Iznik e toalhas bordadas à mão iguais à da sua infância? Uma exposição dedicada ao núcleo islâmico do Museu Gulbenkian mostra como o momento em que o coleccionador mais comprou coincide com aquele em que o preço do petróleo atingiu um pico: competia então com Rockefeller ou Getty, e voltava à zona de influência do império otomano onde nasceu.

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A curadora Jessica Hallett com a obra do pintor otomano Osman Hamdi (1902) à direita do observador; à esquerda vista da mesquita de Damasco do pintor orientalista Frederic Leighton
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Vaso com Pássaros a Voar (Egipto ou Síria, séc. XIII-XIV)
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As duas lâmpadas de mesquita do Museu Gulbenkian e do British Museum: a segunda (à direita), feita no século XIX em Paris, é uma cópia da primeira, executada no século XIV
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As lâmpadas, que eram suspensas nas mesquitas de forma a iluminar os templos, foram muito cobiçadas no Ocidente
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Palanquim cerimonial a ser instalado durante a montagem da exposição. Transportado em cima de um camelo, era usado nas caravanas de peregrinação a Meca

É a segunda vez que as duas lâmpadas de mesquita do British Museum e do Museu Gulbenkian, em tudo semelhantes, voltam a estar juntas. A primeira terá sido há cerca de 150 anos. “Estou maravilhada por tê-las aqui. Está fantástico”, comenta, em frente à vitrina em que acabam de ser reunidas, Jessica Hallett, curadora da exposição O Gosto pela Arte Islâmica. Inaugurada esta quinta-feira no Museu Gulbenkian, em Lisboa, é o ponto alto da programação de Verão com que a fundação comemora o nascimento de Calouste Sarkis Gulbenkian, ocorrido também há 150 anos, e que conta com empréstimos de vários museus internacionais, do Metropolitan ao Louvre, passando pelo Victoria & Albert.

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