Isabelle Huppert, o relâmpago no nevoeiro de Bob Wilson

Mary Disse o que Disse é a tempestade perfeita deste Festival de Almada: ao terceiro encontro, uma actriz prodigiosa redescobre no universo encantatório do seu mais amado encenador o terreno ideal para novo tour-de-force: com ele sente-se viva, diz ao Ípsilon, o formalismo de Bob Wilson liberta-a. Rainha magnética e maldita, prestes a perder a cabeça, hoje e amanhã, no Centro Cultural de Belém, vem a nós o reino dela.

Foto
Lucie Jansch

Maria Stuart, a Rainha dos Escoceses, gostava de cães. Tanto que no momento de se sentar diante do carrasco para ser decapitada por ordem da prima, Isabel I de Inglaterra, que a acusou de a querer assassinar para lhe roubar o trono, escondeu um pequeno Skye Terrier debaixo das saias do vestido — a mascote, a sua última mascote, estremeceu ao primeiro golpe, terão sido necessários vários para arrancar daquele corpo “branco e liso e sem defeitos” uma cabeça lendária (e o seu lendário animal de companhia). 

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