Sudeste de Nova Orleães evacuado com aproximação de tempestade
Com a passagem do furacão Katrina ainda fresca na memória, autoridades não querem correr riscos. “Toda a costa do Luisiana está em risco nesta tempestade”, alerta o governador.
A um mês de se assinalarem 14 anos desde a devastação provocada pela passagem do furacão Katrina, Nova Orleães, cidade do estado norte-americano de Luisiana, é novamente evacuada. A aproximação de um furacão este fim-de-semana, originado pela tempestade tropical Barry, levou as autoridades a obrigar os residentes da parte sudeste da cidade e zonas costeiras adjacentes a procurar um local seguro.
Na quarta-feira, chuvas torrenciais — 20 centímetros em apenas três horas — provocaram inundações súbitas em zonas da cidade. Esta quinta-feira, a força e velocidade do vento aumentaram.
“Toda a costa da Luisiana está em risco nesta tempestade”. John Bel Edwards, governador do estado, citado pela CNBC, declarou situação de emergência, garantiu à população que as autoridades nacionais estarão posicionadas em todo o território para prestar auxílio em caso de necessidade.
A confirmar-se a passagem de um furacão pela cidade, será o primeiro teste às defesas construídas após a passagem do Katrina, em 2005, que causou um rasto de destruição que ainda está longe de ser esquecido. De acordo com os dados recolhidos pelo Serviço Nacional de Meteorologia, a tempestade pode evoluir para um furação de categoria 1.
Existe também o receio de que a forte precipitação provoque a subida das águas do rio Mississipi, que pode galgar as margens e provar estragos adicionais. Nos últimos meses, os níveis da água já estavam elevados. A subida do nível das águas (cerca de seis metros) terá de ser travado pelos diques construídos pós-Katrina.
Citado pelo Guardian, Ricky Boyett, porta-voz do Exército, diz estar convicto na segurança destas barreiras: “Estamos confiantes de que os diques estão em bom estado. A preocupação é o nível da subida da água”. De acordo com as previsões, estas protecções — que têm entre seis e 7,60 metros — serão suficientes para conter a subida do nível da água e evitar que a devastação provocada pelo Katrina em 2005 se volte a repetir.
Tal como agora, há 14 anos as autoridades exigiram a evacuação da cidade. Ainda assim, mais de cem mil dos 483.663 residentes permaneceram em casa. No Katrina, os ventos ultrapassaram os 250 quilómetros por hora, meio milhão de casas ficaram submersas, duas mil pessoas morreram e dezenas de milhares ficaram desalojadas, uma ferida que demorará décadas a sarar.