Granizo e ventos fortes: seis mortos e dezenas de feridos na Grécia

Um temporal está a atingir a zona de Calcídica, no Norte da Grécia. Há registo de pelo menos seis mortes, três dezenas de feridos e de um desaparecido.

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Estragos provocados pelo mau tempo Reuters/ALKIS KONSTANTINIDIS
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Telhados e painéis solares foram destruídos pelos ventos fortes Reuters/ALKIS KONSTANTINIDIS
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Foram registados ventos superiores a cem quilómetros por hora Reuters/ALKIS KONSTANTINIDIS
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Os ventos fortes e o granizo são a principal causa dos estragos na Grécia Reuters/ALKIS KONSTANTINIDIS
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"Foi um fenómeno sem precedentes", disse o chefe da protecção civil do Norte da Grécia, Charalambous Steriadis Reuters/ALKIS KONSTANTINIDIS
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Equipamentos balneares nas praias da região também ficaram destruídos Reuters/ALKIS KONSTANTINIDIS
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As unidades hoteleiras da região também foram afectadas pelo mau tempo Reuters/STAFF
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Vários guarda-sóis voaram com a força do vento Reuters/STAFF
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As telhas das casas também não resistiram ao vento e ao granizo da Península da Calcídica Reuters/ALKIS KONSTANTINIDIS
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O mau tempo provocou pelo menos seis mortos e várias dezenas de feridos Reuters/STAFF
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Num centro médico da região foram assistidos algumas dezenas de feridos, a maioria com fracturas Reuters/STAFF

Pelo menos seis pessoas morreram e dezenas ficaram feridas esta quarta-feira na Grécia devido ao mau tempo. O Norte do país foi atingido por chuva e vento fortes e queda de granizo, situação que começou a meio da tarde desta quarta-feira. 

“Foi um fenómeno sem precedentes”, disse Charalambos Steriadis, chefe da protecção civil do Norte da Grécia, citado pela AFP. “Seis turistas morreram e pelo menos 30 pessoas ficaram feridas neste ciclone.”

Dois turistas checos morreram quando foram arrastados pelos ventos fortes para fora da autocaravana onde viajavam, em Calcídica​. Na mesma região, uma mulher e uma criança de oito anos, ambos romenos, morreram após o desabamento do telhado de um restaurante em Nea Plagia. Na cidade costeira de Nea Poteidaia, um homem e uma criança, ambos russos, morreram após a queda de uma árvore, perto de um hotel.

Num centro médico foram tratadas entre 60 a 70 pessoas, a maioria com fracturas. “É a primeira vez na minha carreira de 25 anos que vivi algo assim”, disse o director, Athansios Kaltsas, à Open TV. “Foi tão abrupto, tão repentino.”

De acordo com o jornal grego Ethos, há pelo menos um cidadão desaparecido, um pescador local. O jornal refere também vários danos em infra-estruturas, incluindo estradas e edifícios, o que está a dificultar o acesso dos meios de socorro às zonas mais críticas.​

O meteorologista Klearxos Marousakis descreveu as condições como “extremamente incomuns” para esta época do ano. A chuva deverá continuar a cair até ao início da manhã desta quinta-feira.

As autoridades recomendam a todos que permaneçam em locais seguros e evitem deslocações, estejam atentos às indicações da protecção civil, dos bombeiros, da polícia e dos funcionários municipais, até que os fenómenos meteorológicos extremos deixem de se manifestar. ​

Nas redes sociais, nas últimas horas, têm-se multiplicado os relatos de queda de árvores, inundações e falhas de energia por toda a região.

“Estamos a lidar com uma situação nova”, disse o perito em geologia e catástrofes naturais, Efthymios Lekkas à televisão grega Skai TV. “As alterações climáticas são um ciclo acelerado e que se sustenta a si mesmo e que cria novos riscos, com uma duração e intensidade cada vez mais acrescidas.”

Já o especialista em dinâmica do clima e professor no Departamento de Física da Universidade de Aveiro, José Castanheira, explica ao PÚBLICO que “não se pode nem deve fazer uma associação deste tipo de fenómenos com as alterações climáticas”. “O potencial deste tipo de fenómenos acontecer nesta região [do Mediterrâneo] é elevado”, refere, dizendo que a região é propícia a “episódios convectivos” nesta altura do ano e que há registos antigos de episódios similares. Uma das coisas que muda é a quantidade de danos: “Depende de se afecta uma floresta ou uma área muito habitada”.