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O granizo destruiu e matou na Grécia. As fotos de um "fenómeno sem precedentes"
Foram registados ventos fortes, queda de granizo e trovoadas que fizeram ainda dezenas de feridos no Norte da Grécia. Condições “extremamente incomuns” para esta época do ano.
O mau tempo no Norte da Grécia fez pelo menos sete mortos, incluindo duas crianças, e várias dezenas de feridos esta quarta-feira. "Foi um fenómeno sem precedentes", disse o chefe da protecção civil do Norte da Grécia, Charalambous Steriadis.
Dois turistas checos morreram quando foram arrastados pelos ventos fortes para fora da autocaravana onde viajavam, em Calcídica. Na mesma região, uma mulher e uma criança de oito anos, ambos romenos, morreram após o desabamento do telhado de um restaurante em Nea Plagia. Na cidade costeira de Nea Poteidaia, um homem e uma criança, ambos russos, morreram após a queda de uma árvore, perto de um hotel.
Num centro médico foram tratadas entre 60 a 70 pessoas, a maioria com fracturas. “É a primeira vez na minha carreira de 25 anos que vivi algo assim”, disse o director, Athansios Kaltsas, à Open TV. “Foi tão abrupto, tão repentino.”
De acordo com o jornal grego Ethos, há pelo menos um cidadão desaparecido, um pescador local. O jornal refere também vários danos em infra-estruturas, incluindo estradas e edifícios, o que está a dificultar o acesso dos meios de socorro às zonas mais críticas.
O meteorologista Klearxos Marousakis descreveu as condições como “extremamente incomuns” para esta época do ano. A chuva deverá continuar a cair até ao início da manhã desta quinta-feira.
“Estamos a lidar com uma situação nova”, disse o perito em geologia e catástrofes naturais, Efthymios Lekkas à televisão grega Skai TV. “As alterações climáticas são um ciclo acelerado e que se sustenta a si mesmo e que cria novos riscos, com uma duração e intensidade cada vez mais acrescidas.”
Já o especialista em dinâmica do clima e professor no Departamento de Física da Universidade de Aveiro, José Castanheira, explica ao PÚBLICO que “não se pode nem deve fazer uma associação deste tipo de fenómenos com as alterações climáticas”. “O potencial deste tipo de fenómenos acontecer nesta região [do Mediterrâneo] é elevado”, refere, dizendo que a região é propícia a “episódios convectivos” nesta altura do ano e que há registos antigos de episódios similares. Uma das coisas que muda é a quantidade de danos: “Depende de se afecta uma floresta ou uma área muito habitada”.