Greve total dos mestres da Soflusa paralisa transporte fluvial no Barreiro

Os 18 mestres que se encontram no activo aderiram esta segunda-feira na totalidade ao primeiro dia de greve, que se estende até quarta-feira.

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Mestres da Soflusa voltam à greve Nuno Ferreira Santos/Arquivo

A greve dos mestres da Soflusa, pelo cumprimento da valorização salarial, regista esta segunda-feira uma adesão de 100%, levando à paralisação do transporte fluvial entre o Barreiro e Lisboa, informou fonte sindical.

Os 18 mestres que se encontram no activo (outros seis estão de baixa) aderiram esta segunda-feira na totalidade ao primeiro dia de greve, que se estende até quarta-feira, pelo cumprimento do acordo estabelecido em 31 de Maio, adiantou à Lusa Carlos Costa, do Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e da Marinha Mercante (STFCMM).

A adesão de 100% também foi confirmada numa nota escrita da empresa, enviada à Lusa, que frisou que “hoje serão prejudicados 32.000 passageiros que utilizam diariamente a ligação fluvial” entre o Barreiro e Lisboa.

Segundo um comunicado na sua página, os serviços mínimos decretados pelo Tribunal Arbitral para os três dias de greve apenas incluem quatro carreiras (00h30 e 5h05 no Barreiro, no distrito de Setúbal, e 1h e 5h30, no Terreiro do Paço, em Lisboa).

“Desde 5h50 já saíram cerca de 12 autocarros com destino ao Terminal Fluvial do Seixal, a fim de ser utilizada esta alternativa de mobilidade”, informou a Soflusa.

Apesar desta situação, Carlos Costa, que se encontrava no terminal do Barreiro, afirmou que o ambiente mantém-se “calmo”. “Não há passageiros nenhuns, vem um ou outro para saber se há alguma ligação”, explicou.

Em causa está o acordo estabelecido em 31 de Maio com a administração, de aumento do prémio de chefia, em cerca de 60 euros, que os mestres dizem ter sido “suspenso”, exigindo o seu cumprimento.

Apesar de a Soflusa ter garantido, em 21 de Junho, que irá dar “total cumprimento” ao acordo estabelecido, o STFCMM afirmou que não se está a registar uma “evolução significativa” nas negociações.

No sábado, os mestres iniciaram também uma greve ao trabalho extraordinário, que se estende até 31 de Dezembro, o que causou a supressão de oito carreiras e cancelamento de outras 16, no domingo. Segundo a empresa, “a regularidade do serviço só pode ser assegurada com recurso à prestação de trabalho suplementar pelos mestres”.

Por este motivo, na sexta-feira à noite, a Soflusa activou um plano de contingência para assegurar o transporte dos passageiros da ligação fluvial, entre o Barreiro e Lisboa, de forma alternativa, explicando que a última ligação ocorreu às 23h30 devido à falta de mestres.

Este plano consiste na realização de carreiras extra entre o Cais de Sodré e o Seixal, às 00h15, 1h15 e 2h15, sendo depois efectuada a ligação entre o terminal do Seixal e o terminal do Barreiro através de táxi.

Para quinta-feira está marcada uma reunião entre a administração e o STFCMM.