Já sabemos de onde vem outra explosão rápida de rádio no Universo

Detectou-se pela segunda vez uma explosão rápida de rádio

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Observatório de Rádio Owens Valley, que permitiu saber de onde vinha a explosão rápida de rádio Caltech/OVRO/Gregg Hallinan

Não há duas sem três: já se sabe a proveniência de uma terceira explosão rápida de rádio. Num artigo científico publicado online esta terça-feira na revista Nature, uma equipa de cientistas dos Estados Unidos e da Holanda revela que essa explosão rápida de rádio vem de uma galáxia a 7900 milhões de anos de nós.

As explosões rápidas de rádio (FRB, na sigla em inglês) são emissões de rádio que duram poucos milissegundos e que têm uma origem astronómica distante. Se a maioria destas explosões só ocorre uma vez, algumas delas repetem-se várias vezes. Conseguiu-se “caçar” a primeira FRB em 2007 e até agora já foram detectadas mais de 80 em telescópios de todo o mundo.

Um dos grandes mistérios destas explosões era a sua proveniência. Em 2017, conseguiu-se saber que uma explosão rápida de rádio que se repetiu várias vezes – a FRB 121102 – vinha de uma galáxia anã a 3000 milhões de anos-luz de distância de nós. Na semana passada, revelou-se que a origem de uma explosão rápida de rádio que só aconteceu uma única vez – a FRB 180924 – era nos arredores de uma galáxia do tamanho da Via Láctea situada a 3600 milhões de anos-luz da Terra.

Agora, pela segunda vez, anuncia-se que se conseguiu detectar a proveniência de uma explosão rápida de rádio – a FRB 190523 – numa galáxia maciça a 7900 milhões de anos de distância de nós. A equipa conseguiu detectar a origem desta explosão de rádio devido ao Observatório Keck, no Havai, e ao Observatório de Rádio Owens Valley, nos Estados Unidos.

Num resumo sobre este trabalho, refere-se que a galáxia de onde vem a FRB 190523 é mil vezes mais maciça do que a galáxia de origem da FRB 121102 e que é semelhante à nossa galáxia, a Via Láctea. “Estes resultados sugerem-nos que todas as galáxias, até mesmo as mais vulgares como a Via Láctea, podem produzir FRB”, afirma Vikram Ravi, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (nos Estados Unidos) e um dos autores do artigo científico, num comunicado da sua instituição.

E por que é que é importante localizar a origem das FRB? “Identificar as galáxias onde se geram estas explosões de rádio é um passo determinante para se resolver o mistério do que as desencadeia”, referem os cientistas no comunicado. Há várias hipóteses sobre o que pode causar estas breves explosões de rádio, como estrelas de neutrões extremamente magnéticas e buracos negros.

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