Misteriosos enjoos no novo avião da TAP continuam. Tripulantes e passageiros sentiram-se mal em voo

Há pelo menos um novo caso num voo num avião A330neo. Para esta terça-feira está agendada uma reunião entre o SNPVAC e a TAP, com as indisposições na agenda.

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O exemplar de um Airbus 330neo BENOIT TESSIER/REUTERS

Há pelo menos mais um caso de enjoos a bordo dos aviões A330neo da TAP. Na sexta-feira, tripulantes e passageiros de um voo sentiram-se mal no interior do avião, confirmou ao PÚBLICO a presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Luciana Passo. A sindicalista não adiantou qual o voo ou o número de pessoas que sentiram nauseadas.

O PÚBLICO contactou ainda o INEM para saber se tinha sido chamado para os aeroportos de Lisboa ou do Porto, mas ainda não obteve quaisquer dados até ao momento.

O PÚBLICO voltou a tentar confirmar a ocorrência junto da TAP, que no sábado não comentou o caso, alegando a privacidade em torno da saúde dos tripulantes, mas ainda não teve resposta. Para esta terça-feira está agendada uma reunião entre o SNPVAC e a TAP, onde serão debatidos estas indisposições que têm sido frequentes e cuja causa ainda não é conhecida. 

Já a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) mantém a posição que tomou no dia em que foram conhecidos os primeiros casos de enjoos, dizendo que teve conhecimento das ocorrências e que está a acompanhar o caso com a TAP. As denúncias da semana passada foram reencaminhadas para a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA), que avalia e certifica a segurança das aeronaves no espaço aéreo europeu – e que também ainda não respondeu ao PÚBLICO.

Ar condicionado?

O caso dos misteriosos enjoos e vómitos nos aviões do modelo Airbus 330Neo operados pela TAP – que encomendou 21 aeronaves deste modelo e foi a primeira transportadora do mundo a operá-lo – tornou-se notícia na semana passada, quando a TAP confirmou a existência de “casos pontuais de tripulantes com ligeiras indisposições”, que poderiam estar “associados a alguns odores do equipamento de ar condicionado”, normal em aviões novos.

Uma explicação semelhante foi dada pela fabricante Airbus ao PÚBLICO, garantindo que mantém “um ambiente seguro para tripulantes e passageiros” e que há “uma série de razões” que podem explicar a ocorrência de “odores estranhos” – não mencionando directamente quaisquer situações de náusea.

Na altura, Luciana Passo confirmava à TSF que o sindicato tinha recebido cerca de uma dezena de queixas relativas a indisposições a bordo do modelo da Airbus, vindas de tripulantes.

Os aviões A330Neo são os mais recentes ao serviço da TAP e têm um comprimento de 63 metros e uma autonomia para 13.400 quilómetros, podendo ter entre 260 a 300 lugares sentados. A entrega destas aeronaves à TAP foi adiada duas vezes. O anterior presidente executivo da TAP Portugal, Fernando Pinto, justificava em 2016 o adiamento com “uma revisão, por parte do fabricante francês, do calendário de entrega dos novos aviões de longo curso”.

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