Presidente de Taiwan faz escala nos EUA e a China não gosta

Visita de Tsai Ing-wen aos aliados caribenhos inclui duas estadias nos Estados Unidos. “Não o permitam”, pede Pequim a Washington.

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A Presidente taiwanesa vai fazer um périplo por 17 países aliados de Taiwan na América-Central Jorge Adorno/Reuters

O périplo de Tsai Ing-wen pela região do Caribe, agendado para a próxima semana, vai incluir quatro noites em solo norte-americano, revelou Taiwan. O anúncio indignou a República Popular da China, que disputa com Taipé a soberania territorial e política da ilha. Pequim exige aos Estados Unidos que proíbam a entrada da presidente taiwanesa no país, em nome do bom relacionamento entre os dois gigantes.

“Não permitam que Tsai Ing-wen transite [pelos EUA] e tratem com cautela e de forma apropriada as questões relacionadas com Taiwan, para evitar prejudicar as relações entre China e EUA e a paz e estabilidade no estreito de Taiwan”, solicitou Geng Shuang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, citado pela Reuters.

Tsai inicia no dia 11 deste mês uma viagem oficial por quatro dos 17 aliados diplomáticos de Taiwan na região da América Central – São Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, Saint Kitts e Nevis e Haiti.

Dadas as diversas viagens de representantes de Taiwan pelas Caraíbas, não são incomuns as escalas nos EUA, com quem muitos taiwaneses têm laços familiares, económicos ou académicos. A própria Tsai já o fez, noutras ocasiões.

Mas o período de estadia previsto para esta viagem é mais longo do que o habitual, situação que causa incómodo em Pequim, que exige a todos os seus aliados que evitem manter contactos políticos com Taiwan.

Segundo o plano apresentado por Taipé, Tsai vai passar quatro noites nos EUA. As primeiras duas no início da viagem e as segundas no seu fim, com Nova Iorque e Denver a serem apontadas pela agência noticiosa taiwanesa como os destinos prováveis.

Em resposta a Geng Shuang, o Departamento de Estado norte-americano garantiu, no entanto, que a recepção a Tsai não coloca em causa o princípio da existência de “uma só China” – cujo reconhecimento é exigido pelo partido comunista chinês a qualquer país que queira ter relações diplomáticas com a China e segundo o qual Taiwan é território chinês “temporariamente ocupado”.

“Os EUA facilitam, periodicamente, que representantes das autoridades taiwanesas possam transitar pelo país. Essas escalas são realizadas em consonância com a segurança, conforto, conveniência e dignidade do passageiro e com o nosso respeito pela política ‘uma só China’”, afiançou uma porta-voz do Departamento de Estado.

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