Morreu António Hespanha, o historiador que veio do Direito
Tal como ensinou aos seus alunos e aos seus inúmeros discípulos, António Hespanha gostava de contrariar mitos. Nas suas obras, defendeu a existência de um pluralismo político e jurídico no Antigo Regime, contrariando a tendência para a excessiva valorização do papel da coroa. Mas também abordou o colonialismo e o império, como historiador e como presidente da Comissão Nacional paras as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses.
O historiador e jurista António Manuel Hespanha morreu esta segunda-feira na Fundação Champalimaud, em Lisboa, de um cancro do cólon, aos 74 anos, confirmou a filha, Paula Hespanha, ao PÚBLICO. Foi exactamente a sua formação em Direito que lhe permitiu construir uma visão alternativa da organização política do mundo do Antigo Regime, defendendo, através da valorização das fontes jurídicas, que o poder dos reis portugueses era limitado até meados do século XVIII.
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