Maior edição de sempre do Cistermúsica começa sexta-feira em Alcobaça
Ludovice Ensemble, Kronos Quartet, Camané, Mário Laginha e Rão Kyao são alguns nomes no programa de um mês de música que procura “esbater a fronteira entre o erudito e o popular”, diz o director artístico, Rui Morais.
O Cistermúsica - Festival de Música de Alcobaça começa na sexta-feira com a maior edição de sempre a esbater fronteiras entre o popular e o erudito e a levar 50 concertos a municípios de todo o país.
A meia centena de espectáculos que compõem a programação do Cistermúsica 2019 fazem desta “a maior edição de sempre” do festival, que este ano se alarga também “a mais 13 municípios e a mais géneros musicais”, disse à agência Lusa o director artístico, Rui Morais. Na sua 27.ª edição, o festival, que decorrerá entre 28 de Junho e 28 de Julho, procura “esbater a fronteira entre o erudito e o popular”, apostando num programa que junta “as obras clássicas mais conhecidas ao fado e ao jazz”, acrescentou.
Um mês de música e dança que arranca com o Ludovice Ensemble a interpretar cantatas de Johann Sebastian Bach, compostas em diferentes períodos da vida do compositor. Ao longo deste mês, a programação principal contará com nomes internacionais como o Kronos Quartet, de origem norte-americana, a pianista sul-coreana Young-Choon Park e o duo irlandês Michelle L. O'Connor e Wolodymyr Smishkewych, entre outros.
Já na vertente programação Off, destacam-se as actuações de Camané e Mário Laginha, que levarão ao Claustro do Silêncio, no Mosteiro de Alcobaça, o projecto Aqui está-se sossegado. Já na Sala dos Monges, a organização propõe um encontro entre a flauta de bambu de Rão Kyao e a voz e o pei pá (instrumento de cordas tipicamente chinês) de Lu Yanan, num concerto intitulado Porto interior.
O jazz de Madeleine Peyroux e da Big Band da Nazaré e a dança contemporânea são outras das vertentes da programação Off a marcar o Cistermúsica 2019, que contempla igualmente a vertente Júnior e Famílias e espectáculos descentralizados por municípios da região e outros, mais distantes, onde se localizam monumentos cistercienses.
No caso da programação Em Rede, regista-se este ano “um alargamento dos municípios parceiros, chegando a programação a cidades como Évora, Marinha Grande, S. Pedro de Moel, Batalha, Peniche, Rio Maior e Leiria”, disse Rui Morais. Já no que toca à Rota de Cister, o programa integra concertos no Mosteiro de Arouca, no Convento das Bernardas (Lisboa), no Mosteiro do Lorvão (Penacova, Coimbra) e no Mosteiro de São Bento de Castris (Évora).
Mas o grosso da programação mantém-se, como habitualmente, no Mosteiro de Alcobaça, onde terão lugar 21 dos 30 espectáculos no concelho, sendo os restantes descentralizados para o Mosteiro de Santa Maria de Cós (um dos mais ricos mosteiros portugueses femininos da Ordem de Cister) e para as freguesias de Pataias e da Benedita.
O Cistermúsica conta este ano com um orçamento de 276 mil euros, mais 36 mil euros do que na edição anterior, “em resultado da maior contribuição dos outros municípios da rede e do aumento de patrocínios”, que Rui Morais espera virem a suportar “50 por cento dos custos anuais de realização daquele que é já o maior festival de música clássica do país”. A expectativa da organização é que na edição 2019 o festival se alargue a novos públicos, “sobretudo mais jovens, e que atinja a meta dos 10 mil espectadores”.
O Cistermúsica nasceu em 1992, numa iniciativa da Câmara Municipal de Alcobaça, e é organizado, desde 2002, pela Banda de Alcobaça com a produção da Academia de Música de Alcobaça. Conta com o apoio institucional da autarquia, da Direcção-Geral das Artes e, desde 2015, com a Rota de Cister, ganhou dimensão nacional levando parte da sua programação principal ao património cisterciense edificado pelo país.