“Sou extremamente inteligente, tenho um grande sentido de humor e escrevo muito bem”

Miguel Esteves Cardoso diz que “não é preciso sair da Praia das Maçãs” para escrever. “Vê-se tudo daqui.” É de lá que escreve uma coluna diária no PÚBLICO que agora saiu em livro. Uma conversa sobre a angústia de escrever, as técnicas e os princípios da escrita do mais diletante intelectual português.

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Há momentos da entrevista que parecem um coming out da imodéstia. Como quando diz: “Deixei de mentir: a força dos meus textos é serem escritos por mim.” Mas nesta conversa na sua casa em Almoçageme, Sintra, Miguel Esteves Cardoso fala sobretudo sobre a escrita, o que escreve e como escreve, e do seu lugar como escritor. O autor que se diz em forma de sigla — M.E.C. — passa os dias a ler e a escrever. Diz que “os intelectuais portugueses não lêem”, ri-se do passado e do futuro. “Se morresse amanhã, já tinha feito o suficiente.”

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