Libertado um dos dirigentes do movimento pró-democracia em Hong Kong

A saída antecipada já era esperada, mas as autoridades ainda não justificaram a sua libertação.

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Joshua Wong Jorge Silva/Reuters

Um dos rostos do movimento pró-democracia do Outono de 2014 em Hong Kong, Joshua Wong, foi libertado esta segunda-feira, um mês mais cedo do que o previsto e um dia depois do terceiro protesto maciço contra o Governo do território.

O activista político, de 22 anos, que se tornou o principal rosto do movimento conhecido por Revolução dos Guarda-Chuvas, há cinco anos, deixou a prisão de Lai Chi Kok, onde era esperado por muitos apoiantes e uma multidão de repórteres relata a AFP.

À saída da prisão, o dirigente estudantil exigiu a demissão da chefe do Executivo, Carrie Lam, na sequência das manifestações maciças contra a proposta de lei da extradição que permitiria o envio de suspeitos para julgamento na China continental.

“Ela já não tem condições para governar Hong Kong”, disse Joshua Wong, condenado por desobediência civil em 2014.

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JORGE SILVA/REUTERS

Wong cumpria desde meados de Maio uma sentença de dois meses de prisão, depois de algumas reviravoltas no processo. A pena inicial, de três meses, chegou a ser revertida, mas ao decidir sobre um recurso o tribunal ordenou o regresso de Joshua Wong à cadeia, e retirou um mês à pena inicial.

A saída antecipada de Wong já era esperada, depois do partido Demosisto, co-fundado por Wong, ter anunciado a libertação no domingo, dia em que o território foi palco de mais um protesto maciço contra a proposta de lei da extradição.

As autoridades não justificaram a razão para a libertação antecipada.

As manifestações de 2014 deram início ao movimento pró-democracia e, durante mais de dois meses, centenas de milhares de pessoas paralisaram quarteirões inteiros da cidade para exigir um verdadeiro sufrágio universal para a escolha do governo desta região chinesa com autonomia administrativa. Mas Pequim não recuou.

Após o movimento de 2014, que representou um desafio sem precedentes para Pequim, uma nova geração de militantes nasceu para exigir a autonomia de Hong Kong.

Joshua Wong fundou com outros militantes o partido Demosisto, que defende a autodeterminação da antiga colónia britânica.