PP governa Madrid e Valls permite a Ada Colau seguir em Barcelona

PP salva-se nas municipais mercê dos acordos com Cidadãos e Vox. Colau recebeu assobios dos independentistas pelo seu acordo com socialistas e o ex-primeiro-ministro francês.

José Luis Martínez-Almeida com o bastão da presidência da Cãmara de Madrid
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José Luis Martínez-Almeida com o bastão da presidência da Cãmara de Madrid EMILIO NARANJO/EPA
Ada Colau cumprimentando Manuel Valls, cujo apoio lhe permitiu continuar na presidência
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Ada Colau cumprimentando Manuel Valls, cujo apoio lhe permitiu continuar na presidência ALBERT GEA/Reuters

José Luis Martínez-Almeida assumiu este sábado a presidência da Câmara de Madrid, depois de o Partido Popular (PP) ter estabelecido um governo de coligação com o Cidadãos, apoiado pelo Vox. Mediante este acordo, a direita recupera a capital espanhola que tinha perdido no mandato anterior para Manuela Carmena, apoiada por uma maioria de esquerda.

Em Barcelona, por outro lado, não se verificou alteração na liderança, com Ada Colau, do Juntos pela Catalunha, a renovar o seu mandato. Apesar do segundo lugar nas urnas, Colau estabeleceu um acordo com o Partido Socialista Catalão que é viabilizado pelos vereadores da lista de Manuel Valls.

O ex-primeiro-ministro francês, que concorreu como independente apoiado pelo Cidadãos, mostrou-se desde a primeira hora disponível para deixar Colau assumir, de modo a evitar que Ernest Maragall, da esquerda independentista, o ganhador das eleições assumisse a direcção do município. O que valeu à presidente da câmara os assobios de manifestantes concentrados na Plaza de Sant Jaume.

Para o PP de Pablo Casado, depois do fracasso das eleições gerais de 28 de Abril, com o pior resultado de sempre, as municipais, apesar do declínio, acabaram por trazer um alento para a sua liderança.

Como escreve Carlos E. Cué, no El País, “O PP entrou na campanha das eleições municipais ferido de morte e saiu da votação das câmaras salvando os móveis e recuperando Madrid, a jóia da coroa”, mesmo que para isso, Casado tivesse que governar sempre coligado e assinando acordos com a extrema-direita.

Se o PP sobrevive muito o deve ao Cidadãos que lhe entregou a câmara da capital sem contrapartidas em governos autonómicos, onde os seus votos são fundamentais, permitindo que o partido de Casado possa manter a liderança da direita, algo com que Albert Rivera sonhava na campanha, mas que os resultados aquém do esperado nas autonómicas e municipais contrariaram.

Os socialistas, por seu lado, estenderam às municipais o bom registo das eleições gerais, mas ficaram com o amargo de boca de perder os destinos da capital, restando-lhes o consolo de entrar na gestão de Barcelona. Mesmo que a câmara siga liderada por Colau, os socialistas terão alguma influência.

Aos independentistas não caiu nada bem que a activista Colau tivesse preferido aceitar os votos de Valls para governar, recusando a proposta da Esquerda Republicana da Catalunha de dividir o mandato em dois anos de governação para Maragall e outros dois para Colau. Pela primeira vez na história eleitoral barcelonesa, o candidato mais votado não será o presidente da câmara.

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