Reino Unido decide extradição de Assange para os EUA em Fevereiro de 2020

O fundador do WikiLeaks invoca o estatuto de jornalista e a protecção que a 1.ª Emenda da Constituição americana concede à liberdade de expressão para evitar a extradição.

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Manifestação pela libertação de Assange em Londres esta sexta-feira HANNAH MCKAY/Reuters

Um tribunal britânico agendou para Fevereiro do ano que vem o início do julgamento do pedido de extradição para os EUA do fundador do site de denúncias WikiLeaks, Julian Assange.

Numa audiência realizada esta sexta-feira no tribunal de Westminster, a juíza Emma Arbuthnot agendou a audiência para 25 de Fevereiro de 2020 e o julgamento deve demorar cinco dias.

O advogado que representou os EUA, Ben Brandon, argumentou que Assange é acusado de ser responsável por “uma das maiores fugas de informação confidencial da história dos Estados Unidos”.

As autoridades dos EUA acusam Assange de ter violado a Lei da Espionagem ao publicar no WikiLeaks uma série de documentos secretos com os nomes de pessoas que forneceram informações às forças americanas e da coligação no Iraque e no Afeganistão.

Porém, Assange invoca o estatuto de jornalista e a protecção que a 1.ª Emenda da Constituição americana concede à liberdade de expressão para evitar a extradição.

O advogado do australiano, Mark Summers, argumentou que este processo representa um ataque “ultrajante e frontal aos direitos jornalísticos”.

O processo de extradição para os EUA foi autorizado nos últimos dias pelo ministro do Interior, Sajid Javid.

Julian Assange, de 47 anos, encontra-se detido na prisão de Belmarsh, nos arredores de Londres, a cumprir uma pena de 50 semanas de prisão por desrespeitar as condições de liberdade condicional em 2012.

O fundador do WikiLeaks esteve refugiado durante sete anos na embaixada do Equador em Londres para evitar a extradição para a Suécia, que queria questioná-lo por suspeita de abusos sexuais a duas mulheres. Este processo foi reaberto.