Há centenas de animais vivos à venda na Internet

O negócio é supervisionado pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) que diz que não há risco para a saúde pública.

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Há animais à venda na internet para consumo, pecuária e companhia Rui Gaudencio

É possível comprar animais vivos para consumo doméstico tais como galinhas e coelhos. Mais de quatro mil anúncios de venda de animais vivos proliferam por plataformas de venda online, entre as quais estão o OLX e o Custo Justo.

Segundo o Jornal de Notícias, o Ministério da Agricultura garante que esta comercialização de animais vivos não acarreta nenhum tipo de risco para a saúde pública. A supervisão do comércio está a cargo da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) que assegura estar atenta. Contudo, a ASAE não revela os números de fiscalizações, autos levantados e contra-ordenações emitidas durante o ano de 2018.

Através de anúncios em plataformas de comércio electrónicos é possível comprar vários animais vivos para alimentação e até pecuária a preços mais baixos que no mercado comum. Entre os anúncios podem ser compradas galinhas vivas entre os sete e os dez euros, galos por 15 euros e até leitões, borregos e vitelas para abate caseiro, por 45, 60 e 800 euros, respectivamente. Mas, além de animais, também podem ser adquiridos ovos frescos, sendo eles de galinha, codorniz ou até de avestruz.

Mas é também possível comprar iguarias consideradas de luxo, como mangalica (mistura de porco com ovelha, proveniente da Hungria), a metade do preço. Num anúncio é publicitada a venda a metade do preço, por 195 euros, sendo “uma carne cara, só encontrada nos melhores restaurantes europeus e americanos, depois de quase desaparecer no século passado”.

Os anunciantes são cautelosos e utilizam pseudónimos, como “Sangue frio” ou “hhmm”, e condicionam os contactos por email ou SMS.

Segundo o Ministério da Agricultura, “o abate para autoconsumo está autorizado para todas as espécies, mediante o cumprimento de regras especificadas em edital da Direcção-Geral de Veterinária”.

Mas não há só animais à venda na internet para alimentação. Vários anúncios estão a vender burros mirandeses, uma espécie em vias de extinção e considerada protegida pela União Europeia. Também há anúncios a vender bichos-da-seda, enviados pelos CTT, que “são muito giros para as crianças e muito nutritivos para répteis, anfíbios e artrópodes”, de acordo com uma publicação.

Já no que toca a animais de companhia, os anúncios são mais regrados, até por causa de uma iniciativa legislativa do PAN – Pessoas, Animais, Natureza, que obriga os vendedores a indicar dados como a idade do animal, número de registo no Livro de Origens Português e o número de inscrição do criador.

Fora das plataformas de comercialização online está a rede social Facebook que no ano passado proibiu a comercialização de animais, quer seja animais de companhia ou de pecuária, e até mesmo pares de animais como peles, na rede social. A proibição também abrange o Instagram.

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