Um novo espaço para usufruir da paisagem e “sentir-se livre”
O Parque Urbano de São Paio, em Gaia está, naturalmente, a emergir entre a antiga Seca do Bacalhau, em Canidelo, e a Reserva Natural Local do Estuário do Douro, no Cabedelo. O arquitecto responsável é Sidónio Pardal, que espera criar um “espaço livre”.
Para o urbanista e arquitecto paisagista Sidónio Pardal, responsável pelo projecto do Parque da Cidade do Porto e do novo Parque Urbano de São Paio, em Vila Nova de Gaia, um parque é “um espaço livre, para estar à vontade, a beber a estética da paisagem”. Em contraponto com o “excesso de informação” das cidades, a experiência de usufruir de um parque passa, essencialmente, por ser um “espaço despojado de estímulos”.
Questionado sobre o projecto, Sidónio Pardal começou por explicar o que diferencia um parque de um jardim: “os parques não são jardins – são mosaicos de paisagens.” De forma quase metafórica, fala dos jardins como espaços de ostentação, onde se exibem espécies botânicas e ornamentos artificiais. O conceito de parque, pelo contrário, deixa em aberto uma constante construção feita naturalmente pela paisagem envolvente.
Sobre a concepção do projecto, o presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, recorda uma conversa com o arquitecto: “Questionei-o sobre quando estaria pronto e ele disse-me: ‘daqui a uns 30 anos. O parque da cidade do Porto ainda não está pronto.’” Sidónio Pardal justifica que é um tipo de construção que se faz por etapas e que: “A natureza também vai construir o parque, não se trata apenas de uma obra”.
O que esperar deste novo espaço?
Localizado num espaço privilegiado, contíguo à Reserva Natural Local do Estuário do Douro, será o prolongamento de uma zona verde que acolhe mais de 200 espécies de aves. De acesso gratuito e não condicionado, é, neste momento, o maior parque urbano projectado para a Área Metropolitana do Porto.
Um novo local para respirar, para usufruir da paisagem, para descansar corpo e mente. Sidónio Pardal reconhece que é difícil criar estes “espaços de liberdade” mas assegura que o real valor do parque depende dessa experiência “plena e livre” de usufruir do “prazer de estar no Mundo”.
Neste momento, o projecto está numa segunda fase, de criação de infra-estruturas básicas de acesso. Em breve, estará disponível para todos os que queiram usufruir livremente deste “espaço livre”.