É essencial condições para que jovens e emigrantes regressem a Portugal, diz o PCP

Universo dos eleitores no Círculo da Europa, passou de 75 mil para mais de 800 mil, alertou esta manhã, na Suiça, Jerónimo de Sousa.

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Secretário-geral do PCP estimulou emigrantes a votarem LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O secretário-geral do PCP disse este domingo, na Suíça, ser essencial criar condições de vida e de trabalho em Portugal “com uma política que hoje continua adiada”, e que permita aos jovens e outros emigrantes regressar à terra natal.

Jerónimo de Sousa falava na Festa Nacional “Avançar é preciso! Mais força à CDU”, em Valeyressous-Rance, Suíça - país onde vivem cerca de 200 mil portugueses -, numa iniciativa que contou também com a participação de Rita Rato, primeira candidata da CDU pelo círculo eleitoral da Europa.

O líder do PCP destacou a importância de uma política que aposte decididamente na promoção do investimento produtivo e na produção nacional e na sua diversificação, tendo como objectivos centrais o pleno emprego e o crescimento económico acelerado, produtivo e regionalmente equilibrado.

“Os jovens e outros emigrantes regressarão se houver empregos que lhes garantam progredir numa carreira, salários dignos, qualidade de vida e serviços púbicos com funções sociais de qualidade. É isso que não encontram ainda no seu país e, por isso, muitos optam por pedir a nacionalidade dos países onde se encontram, caso também da Suíça”, notou o dirigente comunista.

Nesta matéria, acrescentou: “Precisamos de avançar muito e decididamente na valorização do trabalho e dos trabalhadores, para assegurar o regresso de tantos jovens forçados a emigrar pela política de direita. Para assegurar o direito aos jovens a ter filhos, a constituir família”.

Jerónimo de Sousa referiu que têm sido muitas as batalhas que o PCP tem vindo a travar no plano social e no plano institucional para defender os interesses dos trabalhadores e do povo português, pelo melhoramento das suas condições de vida, por soluções para os problemas que Portugal enfrenta, em resultado de anos e anos de política de direita de sucessivos governos de PS, PSD e CDS.

Tempos também de exigentes combates eleitorais que este ano assumem uma excepcional importância, com evidente e particular relevo para aquele que temos pela frente e se realizará em Outubro - as eleições de deputados para a Assembleia da República (AR) - e que serão o momento decisivo para determinar o rumo da vida política nacional e a vida do povo português para os próximos anos”, enfatizou.

Jerónimo de Sousa garantiu que o PCP vai assumir também essa batalha eleitoral no Círculo Eleitoral da Europa, de onde sairão dois deputados para a AR, surgindo o partido no quadro da CDU com uma lista que tem à cabeça, Rita Rato, actual deputada.

Referindo-se às últimas eleições para o Parlamento Europeu, o líder comunista lembrou que o PCP travou essa batalha eleitoral em condições particularmente difíceis de “uma ofensiva ideológica e de desinformação e calúnia”.

Segundo Jerónimo de Sousa, o PCP teve de enfrentar uma “poderosa ofensiva e que esteve bem presente nos principais órgãos de comunicação social de massas que em geral o grande capital domina e em que tudo serviu, incluindo acontecimentos internacionais, para tentar desacreditar o valor democrático do projecto [do PCP] e estimular o preconceito anticomunista”.

Apesar de todos estes obstáculos, garantiu que o PCP não abandonará nenhum combate para fazer avançar Portugal e garantir a defesa dos interesses dos portugueses, vincando que a vida política mais recente fez prova da importância e do papel do PCP e da CDU.

“Foi com a nossa intervenção e a luta dos trabalhadores que foi possível derrotar o governo anterior (PSD/CDS), que forçou à emigração mais de 500 mil portugueses, com a sua política de destruição e intensificação da exploração”, recordou.

Referiu que o PCP defende uma política alternativa que crie condições de trabalho e de vida em Portugal para conter o fluxo de saída para a emigração de portugueses, incluindo para a Suíça que, embora em menor número, permanece, mas essencialmente para criar um desenvolvimento económico e social que traga os emigrantes de volta a Portugal.

Para responder aos problemas da diáspora portuguesa, o PCP - evocou - bateu-se pela revogação da propina no ensino do português no estrangeiro e a gratuitidade dos manuais escolares e pelo aumento das verbas para o Conselho das Comunidades Portuguesas.

O PCP quer ainda “avançar, entre outros domínios, com acordos bilaterais, entre Portugal e ao países de residência para garantir o cumprimento de direitos sociais e laborais e as mesmas condições oferecidas aos nacionais dos países de acolhimento, no reforço da rede consular e das missões diplomáticas e da rede do ensino do português no estrangeiro, na revisão de acordos internacionais de Segurança Social, com vista a reforçar a protecção social dos trabalhadores e suas famílias”.

Assim, disse, o PCP parte para as legislativas de Outubro com “a mesma determinação e confiança de sempre”.

“É para a concretização, desde já, de uma intervenção que afirme o papel indispensável da CDU e do seu reforço que é preciso concentrar energias, tendo presente que o universo dos eleitores aqui no Círculo da Europa, passou de 75 mil, para mais de 800 mil”, indicou.