Dança, Israel, dança
No foxtrot os bailarinos regressam ao local onde começaram. Este filme, Foxtrot é uma alegoria, diz o realizador Samuel Maoz, sobre “o ciclo traumático” em que a sociedade israelita se encontra encurralada. “Cada geração tenta dançá-lo de uma forma diferente, mas acabamos sempre no mesmo ponto onde iniciámos.”
Lior Ashkenazi, que aos 50 anos continua a ser o mais famoso actor de Israel, entusiasma-se a falar com o Ípsilon num refrescante e pacífico jardim de Jerusalém. Tinha finalmente conseguido trabalhar com Samuel Maoz, o argumentista e realizador israelita que recebeu o Leão de Ouro do Festival de Veneza em 2009 com Líbano, drama sobre soldados encerrados no interior de um tanque de combate: Foxtrot, diz, é uma das melhores obras em que já participou. (Quando o filme teve a sua estreia mundial no Festival de Veneza, dois meses mais tarde, acabou por arrecadar o Grande Prémio do Júri). É um filme polémico. A ministra da Cultura de Israel, Miri Regev, condenou-o por prejudicar “o bom-nome” das Forças de Defesa de Israel (FDI). “Se eu critico o lugar que amo, faço-o porque me preocupo com ele”, respondeu Maoz. “Faço-o porque quero protegê-lo, faço-o com amor.”
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