SEF desmantela rede europeia que forçava mulheres pobres a prostituirem-se

Foram detidos oito cidadãos estrangeiros. Já foram sinalizadas 20 mulheres vítimas.

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SEF desmantelou rede europeia SEF

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) deteve esta terça-feira oito cidadãos estrangeiros, indiciados pela prática dos crimes de tráfico de seres humanos, associação criminosa, lenocínio agravado e branqueamento de capitais. A investigação do SEF começou em Dezembro do ano passado, tendo sido conduzida em articulação com a Europol.

Os detidos, de nacionalidade não especificada, pertencem a um grupo criminoso organizado que se dedica à exploração sexual de mulheres, informa o SEF em comunicado. Foram localizados nas zonas de Aveiro, Albergaria-a-Velha, Ílhavo e Gafanha da Nazaré, no âmbito da operação El Pibe.

Além das detenções, o SEF realizou 12 buscas domiciliárias e 12 buscas a viaturas, tendo apreendido seis, bem como ouro, jóias, dinheiro e documentos falsos. Durante a operação, foram feitas buscas a duas agências de transferência de dinheiro e a uma agência de viagens.

Os cidadãos ficarão detidos nas instalações do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da Polícia de Segurança Pública, “até serem presentes às autoridades judiciais, para aplicação das respectivas medidas de coacção”.

Usadas como “objectos"

O alegado grupo criminoso operava em Portugal e noutros países da comunidade europeia para se aproveitar da “vulnerabilidade das vítimas, que assenta, muitas vezes, em famílias desestruturadas, com parcos rendimentos económicos e sem nenhuma ou baixa auto-estima, com episódios de violência doméstica e consumo de álcool e estupefacientes”.

As vítimas deste grupo criminoso são todas do sexo feminino e “não exerciam a prática da prostituição de livre vontade e mote próprio, sendo a isso obrigadas e privadas da sua dignidade humana”. Além disso, descreve o SEF, as mulheres “eram utilizadas como objectos para ganhar dinheiro, por forma a pagar dívidas e “comissões” impostas pelo líder da associação criminosa” e “violando, sem escrúpulos, a dignidade humana, eram consideradas e tratadas como “coisas” ou “objectos” que proporcionam avultados proventos financeiros”.

Nesta operação, o SEF contou com a colaboração de elementos da Equipa Multidisciplinar de Apoio à Vítima, de forma a garantir protecção e apoio psicológico a cerca de 20 mulheres já sinalizadas.

Na operação El Pibe participaram 110 elementos da Carreira de Inspecção e Fiscalização do SEF, analistas da Europol e elementos das autoridades congéneres de países da União Europeia.

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