Fernando Santos: “A estratégia não passa por nomes e talento sempre houve”
Seleccionador de Portugal adverte para a evolução consistente da Suíça, adversário que se revelou muito difícil na qualificação para o Rússia 2018.
Fernando Santos manteve, esta terça-feira, em conferência de imprensa de antevisão da meia-final da Liga das Nações, que na quarta-feira (19h45, RTP1) se realiza no Estádio do Dragão, no Porto, uma postura intransigente em relação a todas as questões relacionadas com o “onze” inicial que apresentará frente à selecção da Suíça.
O seleccionador nacional contornou questões paralelas, como os assobios na recepção a João Félix, em Espinho, e relativizou a gestão de talentos de uma equipa que voltará a contar com Cristiano Ronaldo, para além de outros jogadores em alta, como Bernardo Silva, João Félix e Bruno Fernandes.
“Quando definimos uma estratégia, ela não passa por nomes, mas sim pelo colectivo. A equipa jogará segundo uma estratégia. Não faria sentido nenhum jogador condicionar a estratégia da equipa”, reagiu, precipitando a discussão.
“Compatibilizar talentos? Desde quando é que nos últimos vinte anos não houve esta questão? Foi sempre igual. Portugal sempre teve muitos talentos. Isso nunca foi um problema. Se queres vencer, tens que compatibilizar tudo. Mas isso sempre foi assim, não é de hoje. Ficamos com a sensação de que hoje é mais difícil, de que haverá mais talento. Mas já o disse e repito-o: por vezes parece que o passado não existiu. Parece que antes não havia talento e agora temos muito. Agora temos realmente muitos talentos. Estamos de acordo. Mas esse problema sempre existiu”, justificou, dando o exemplo do Europeu de 2004, com a discussão entre Deco e Rui Costa, quando havia Figo, Simão e tantos outros.
Fernando Santos procurou centrar-se no jogo com a Suíça, sublinhando o valor de um adversário “de grandíssima qualidade”. “Vem com a ambição natural de vencer. É uma equipa que está a subir consistentemente desde 2014. Uma equipa que fez um excelente Campeonato da Europa e que na qualificação para o último Campeonato do Mundo bem complicou a nossa vida. Talvez a luta mais tremenda tenha sido no grupo de Portugal, com as duas equipas a acabarem com nove vitórias e uma derrota. Depois teve presença assinalável no Mundial. E está aqui depois de ter eliminado uma das equipas mais na moda nos últimos anos, que é a Bélgica. Chega aqui com legítimas aspirações. Com jogadores de enorme classe, que jogam em Inglaterra, alguns deles disputaram as duas finais da UEFA. Por isso temos que entrar altamente concentrados, a pensar no que devemos fazer e não em aspectos individuais”.