Marcelo Rebelo de Sousa: ilha do Príncipe envolvida em momento que “mudou a história da humanidade”

Centenário da comprovação experimental da teoria da relatividade geral celebrado com a inauguração, entre outras iniciativas, de um espaço museológico.

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Marcelo Rebelo de Sousa assiste a uma representação de rua Auto de Floripes na ilha do Príncipe na celebração do centenário da validação da teoria da relatividade geral Nuno Veiga/Lusa

O Presidente da República português destacou esta quarta-feira o papel da ilha do Príncipe na comprovação da teoria da relatividade geral de Einstein, há 100 anos, um momento que “mudou a história da humanidade”.

“Trata-se de comemorar um dos momentos mais significativos da história da ciência, não apenas no século anterior e neste século, mas na vida da humanidade”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, após ter assistido à inauguração do Espaço Ciência Sundy, na roça com este nome, na ilha são-tomense do Príncipe, no dia em que se assinalam 100 anos da validação da teoria da relatividade geral de Einstein pela equipa liderada pelo astrónomo Arthur Eddington, através da observação de um eclipse solar total, em 29 de Maio de 1919.

“Quis o destino que o Príncipe pudesse testemunhar a comprovação de uma teoria que era na altura muito polémica, muito discutida e é até uma ironia que tivesse sido uma missão liderada por um inglês a comprovar a teoria de um alemão, no fim de uma guerra [Primeira Guerra Mundial] que tinha dividido a Europa. E onde é que foram fazer? Foi aqui no Príncipe e comprovou-se num período muito curto de tempo e mudou a história da humanidade”, disse o chefe de Estado português.

Quando a teoria da curvatura espaço-tempo foi comprovada – no Príncipe e na cidade brasileira do Sobral –, apenas quatro anos após a ter desenvolvido, Einstein “era ainda muito novo e era sobretudo ainda muito desconhecido”.

“O Príncipe ajudou a colocar Einstein no mapa mundial da ciência”, comentou, referindo ainda que esta região autónoma “hoje vive um momento à escala do mundo”.

Antes da inauguração do espaço museológico dedicado aos acontecimentos de há 100 anos na roça Sundy, Marcelo Rebelo de Sousa e o seu homólogo são-tomense, Evaristo Carvalho, carimbaram (“obliteraram”) selos comemorativos lançados por Portugal e São Tomé e Príncipe para assinalar a data.

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NUNO VEIGA/LUSA

No final da cerimónia, os dois Presidentes, acompanhados do primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, do Presidente do Governo Regional do Príncipe, José Cardoso Cassandra, e do chefe da diplomacia da Guiné Equatorial, Siméon Angue, assistiram a uma mostra do Auto de Floripes, uma manifestação cultural típica da região, e de danças tradicionais.

Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou depois para cumprimentar vários populares, distribuindo abraços e beijos, e transmitindo sempre a mesma mensagem aos jovens: “Estuda? É preciso estudar.” O Presidente português, que chegou ao final da tarde de terça-feira à ilha de Príncipe, seguiu depois para o aeroporto local para regressar a Portugal.