Portugal proibido de adormecer frente à Argentina
Portugueses e argentinos jogam nesta terça-feira (17h) no Mundial sub-20. Quem vencer pode garantir (ou quase) a passagem à fase seguinte.
O próximo adversário de Portugal no Mundial sub-20 é a Argentina, teoricamente o opositor mais difícil da fase de grupos da competição. Mas a selecção portuguesa quer fazer valer o seu estatuto de campeã europeia sub-19 e superiorizar-se a uns sul-americanos talentosos, mas menos experientes.
Ambas as equipas chegam ao segundo jogo do grupo F com uma vitória na estreia, sendo que, com o rótulo de favoritas do grupo, sabem que um triunfo, em Bielsko-Biała, no sul da Polónia, as colocará com um pé e meio na fase seguinte.
Para o fazer, Portugal não pode ir na “dança” de uma selecção que tem vários craques um pouco por todo o relvado.
Futuro Héctor Herrera?
O líder deste elenco é Nahuén Pérez, capitão e central desta equipa. O jogador convenceu o Atlético de Madrid a pagar mais de dois milhões de euros para o ter e a decisão do clube espanhol tem vários motivos: começa pela liderança, passa pelo jogo aéreo e termina na velocidade.
Mais à frente há talento a ter em conta. À cabeça vem Ezequiel Barco, possivelmente o nome mais conhecido do ataque argentino. Barco consegue desequilibrar, quer pelo corredor, quer pela zona central, ora através do passe, ora pelo drible. Soma mais de 100 jogos como profissional e já levou o Atlanta United emblema dos EUA) a pagar cerca de 14 milhões de euros pelo seu passe.
Nesta equipa há, ainda, Agustín Almendra (curiosamente, saiu do banco no primeiro jogo), médio que já foi apontado ao FC Porto. O jogador do Boca conta com alguma experiência de Liga argentina e tem leitura de jogo, técnica, condução e até alguma chegada à área. Também é agressivo sem bola, sendo um médio muito completo — sucessor de Herrera?
Também o avançado Pedro de la Veja ou o médio Cristian Ferreira, do River de Gallardo, têm dado nas vistas — na Argentina, diz-se que o River já recusou 10 milhões de euros pelo jovem.
“Adormecer” pode ser fatal
Com todo este talento, a equipa de Hélio Sousa terá de fazer mais do que os “serviços mínimos”, que serviram para derrotar a Coreia do Sul, no primeiro jogo.
Apesar de o segundo tempo “morno” ter surgido após uns primeiros 45 minutos com várias oportunidades, uma repetição do desperdício da primeira parte frente à Coreia pode fazer Portugal “pagar caro”, frente a uns talentosos argentinos.
Na antevisão da partida, o treinador Hélio Sousa reconheceu que “uma vitória de qualquer das equipas neste jogo dará uma vantagem grande para conseguir o apuramento”, mas alertou para o poder argentino: “É uma equipa muito forte no seu todo e que fez um excelente torneio sul-americano”.
Por sua vez, Gedson, médio do Benfica que foi titular no primeiro jogo, alertou para as diferenças entre sul-americanos e asiáticos. “Estamos numa competição de excelência, em que estão as melhores selecções. A Argentina causará problemas que a Coreia não causou, mas estaremos preparados para dar uma boa resposta”.
Já Miguel Luís, que deverá voltar a formar o trio de médios com Florentino e Gedson, reconheceu que este “pode ser o jogo mais mediático do grupo, por serem duas selecções históricas”.