Motim em prisão da Venezuela faz pelo menos 29 mortos

Detidos tentaram impedir a entrada das autoridades. Observatório Venezuelano de Prisões denuncia “massacre”.

Foto
Vítimas mortais são todos prisioneiros LUSA/ANDREJ CUKIC

Pelo menos 29 prisioneiros morreram e 19 polícias ficaram feridos num motim numa prisão da polícia no estado venezuelano de Portuguesa (a 350 quilómetros da capital, Caracas). 

Humberto Prado, do Observatório Venezuelano de Prisões, citado pela revista Time, disse que os confrontos tiveram início quando os presos impediram as autoridades de entrar no complexo. O líder da organização fala numa sobrelotação da cadeia, dizendo que 540 detidos estavam no complexo que tem capacidade para 250.

Os detidos, acompanhados por familiares, enviaram vídeos às autoridades pedindo um cessar-fogo, que não aconteceu. “O que queremos é paz e tranquilidade”, disse um dos detidos empunhando uma arma e segurando uma granada. Relatos mencionam uma explosão durante a troca de tiros.

O Observatório acusa as autoridades de cometerem um “massacre”, acrescentando que todos os mortos são detidos, com as autoridades a não revelarem detalhes sobre o que se passou. Humberto Prado lamentou no Twitter as mortes dos prisioneiros e disse que alguma coisa tem de mudar para que a situação não se volte a repetir: “Temos estas situações porque os responsáveis estão a transformar as prisões em masmorras. Os prisioneiros na Venezuela continuarão a morrer enquanto algo não seja feito.”

Em 2018, um motim noutra prisão provou a morte de 68 prisioneiros, com muitos a serem queimados vivos. Fontes locais referem que cerca de 30 prisões no país estão sobrelotadas, com cerca de 57 mil detidos. 

Sugerir correcção
Ler 4 comentários