Atelier-Museu Júlio Pomar assinala morte do artista com entradas gratuitas

É esta quarta-feira: o Atelier-Museu abre as suas portas para assinalar um ano após a morte do pintor, que é considerado um dos criadores de referência da arte moderna e contemporânea portuguesa.

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Júlio Pomar Manuel Roberto

Um ano após a morte do pintor Júlio Pomar, o Atelier-Museu com o seu nome, em Lisboa, vai assinalar esta quarta-feira a data com entradas gratuitas, uma exposição e a apresentação de um livro sobre as obras do artista no espaço público.

A directora do Atelier-Museu, Sara Antónia Matos, publica esta quarta-feira uma carta dirigida ao artista, intitulada “1 Ano Após”, na qual faz um balanço do último ano da actividade da instituição, e apresenta projectos para o futuro, nomeadamente a edição de uma fotobiografia e a criação de uma bolsa de mestrado para investigação da obra do pintor.

“Querido Júlio — faz agora um ano que morreste e a data é o momento oportuno para te dizer que o Atelier-Museu Júlio Pomar não parou, que continua a realizar e a levar à prática um programa de acções de que certamente te orgulharias, olhando para a frente como sempre fizeste”, começa a missiva, a que a agência Lusa teve acesso.

Na carta, a directora desta entidade, inaugurada em 2013, e tutelada pela Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC) da Câmara de Lisboa, dá conta de projectos futuros, entre os quais a execução da fotobiografia e a preparação da metodologia para o lançamento do trabalho de edição do catálogo “raisonné”, de meados de 1980 em diante — o catálogo de toda a obra do pintor, com imagens e documentos de contextualização, dos últimos 30, 40 anos de actividade —, e projectos de investigação de “mais longo fôlego”.

Também está previsto o estabelecimento de um protocolo de colaboração com o Instituto de História da Arte da Universidade Nova de Lisboa (IHA, FCSH-UNL), através do qual atribuirá uma bolsa de mestrado a um estudante universitário que desenvolva uma investigação sobre Pomar.

Pintor e escultor, nascido em Lisboa em 1926, Júlio Pomar morreu em Maio do ano passado, aos 92 anos, sendo considerado um dos criadores de referência da arte moderna e contemporânea portuguesa.

O artista deixou uma obra multifacetada — na pintura, escultura, colagem, azulejo, desenho — que percorre mais de sete décadas, influenciada pela literatura, a resistência política, o erotismo e algumas viagens, como à Amazónia, no Brasil.

Actualmente, o Atelier-Museu Júlio Pomar mostra a exposição “Júlio Pomar: Formas que se tornam outras”, que reflecte sobre o modo como o erotismo e a sexualidade atravessaram a obra do artista ao longo de mais de 70 anos, com especial incidência nas décadas de 1960 e 1970.

No final de Junho, será ainda organizado um ciclo de cinema em que serão mostrados os vários filmes que Tereza Martha, viúva de Júlio Pomar, realizou, nas décadas de 1970 e 1980, sobre vários artistas portugueses, nomeadamente o próprio Júlio Pomar, assim como sobre António Dacosta, Menez, Hogan, Lourdes Castro e Manuel Zimbro.