Governo português é um “exemplo” global, diz secretário-geral da CES

Contrato social para a Europa leva Confederação Europeia dos Sindicatos a considerar António Costa grande amigo do movimento sindical a nível global.

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Arménio Carlos cumprimenta António Costa no congresso de Viena Clara Azevedo/GPM

António Costa, o único primeiro-ministro a participar no Congresso da Confederação Europeia dos Sindicatos, em Viena, foi convidado por ser “um exemplo” para todos, sublinhou esta terça-feira Luca Visentini, o secretário-geral da CES.

“É um exemplo Europeu e global de como um modelo económico progressista deve ser implementado”, revelou Visentini, em declarações à agência Lusa, justificando o convite ao chefe do executivo português.

“O António é um grande amigo do movimento sindical, não apenas europeu, mas também ao nível global. O seu governo é, provavelmente, o único que consegue verdadeiramente equilibrar um crescimento global sustentável, com o respeito pelos direitos sociais e pelos direitos dos trabalhadores. Ele foi capaz de restabelecer a economia do país, solver a dívida pública, e certificar-se que o país conseguia reerguer-se sem ferir, atacar ou enfraquecer os direitos humanos”, destacou.

Outro dos motivos foi o facto de António Costa ter sido “o primeiro a impulsionar a ideia de um contrato social para a Europa, da necessidade de reconstruir e remodelar o nosso modelo social”, referiu Luca Visentini.

O primeiro-ministro português revelou esta terça-feira a importância que deve ser dada à criação de um novo contrato social, que deve ser uma “prioridade essencial”.

“Toda a gente está muito preocupada e a dizer que o que está em causa, nestas eleições, é a luta contra o populismo e a extrema-direita [...]. As causas deste mal-estar têm a ver com o medo que as pessoas sentem: medo da ameaça terrorista, medo do futuro do seu emprego perante a digitalização, medo com o que acontece com as alterações climáticas, medo da destruição do nosso modelo social por via da globalização”, revelou António Costa, que definiu as “bases” deste contrato social.

“Igualdade de oportunidade para que possam aceder à melhor educação possível, formação ao longo da vida, protecção social na doença, na idade da reforma, nas fases de transição de actividades e, ao mesmo tempo, novas oportunidades para que esta nova geração [...], possa ter todas as oportunidades para se realizar aqui na Europa, no nosso caso, em Portugal”, apontou o chefe do executivo português.

Luca Visentini, secretário-geral da Confederação Europeia dos Sindicatos, concorda, revelando que esta deve ser “a prioridade de topo.”

“Claro que, dentro deste contrato social, há outras cinco sub prioridades que devem ser tidas em conta como um modelo económico diferente com mais investimento para a criação de emprego de qualidade [...]”, explicou Visentini.

O 14º Congresso da Confederação Europeia dos Sindicatos decorre até sexta-feira, em Viena, na Áustria. As escolhas da data e do local, antes das eleições europeias, foram propositadas. “Os motivos são as horríveis políticas de extrema-direita levadas a cabo pelo antigo governo, contra os trabalhadores, sindicatos [...]. Queríamos mostrar solidariedade e apoio aos nossos colegas aqui, na Áustria”, salientou Luca Visentini.