Restaurante do Porto no Top 100 dos melhores restaurantes europeus da OAD
O Euskalduna é a casa portuguesa mais bem cotada na lista liderada pelo sueco Frantzén. Cervejaria Ramiro, Taberna da Rua das Flores e Vila Joya destacam-se nos tops temáticos da singular Opinionated About Dining.
Não é a mais célebre das listas de avaliação de restaurantes mas tem vindo a merecer crescente consideração internacional, talvez porque a Opinionated About Dining (OAD), como se resume o projecto, é a “única avaliação de jantares que inclui a experiência no seu sistema de classificação”. i.e., cada “crítico” tem mais peso na votação conforme o número de restaurantes visitados e o nível de perícia.
O top 100 dos melhores restaurantes da Europa da OAD foi divulgado esta segunda-feira em San Sebastián, num jantar com pratos de onze chefes incluídos pela primeira vez no ranking. Da contribuição de seis mil “críticos”, num total de “200 mil avaliações”, saiu a vitória para o restaurante Frantzén, de Estocolmo, liderado por chef Björn Frantzén, ex-jogador de futebol tornado chef com três estrelas Michelin.
Para Portugal, os resultados são parcos: o top 100 passa por meia Europa e só ao 86.º lugar aterra em Portugal, graças ao Euskalduna Studio, do chef Vasco Coelho Santos (que em 2018 estava em 153.º). A explicação para o restaurante português melhor classificado na lista da OAD poderá passar pelo que José Augusto Moreira escrevia na Fugas nos finais de 2018: "Criativo e sem peneiras”, “proporciona uma das mais interessantes e estimulantes experiências gastronómicas do momento. Com produto português, de temporada e proximidade.”
Para além da divulgação do top 100 da Europa, a OAD adianta também as classificações até ao 200.º. Neste braço do top há mais portugueses: Belcanto, de Avillez (129.º), Feitoria de João Rodrigues (146º), Pedro Lemos (175º). Extra-tops, com a “menção honrosa” da recomendação, figuram Alma de Henrique Sá Pessoa e Epur de Vicent Farges.
Além do top geral europeu, a OAD também publica listas temáticas das melhores casas para uma boa refeição. Actualmente, no top 100 dos clássicos lidera o restaurante do Hôtel de Ville de Crissier na Suíça, do chef Franck Giovannini, e, em 46.º surge o celebrado Vila Joya de Albufeira, de Dieter Koschina; em 73.º o Ocean de Hans Neuner em Porches, em 98.º o Eleven de Joachim Koerper em Lisboa. Fora do top 100 estão o Yeatman de Ricardo Costa no Porto (109) e Casa da Calçada de Tiago Bonito em Amarante (163). Nas “menções honrosas”, o Fortaleza do Guincho, Tágide e Vista.
No top dos restaurantes tradicionais (aliás, heritage, património), o português com melhor classificação é a celebrada Cervejaria Ramiro, em 70.º. Na lista, surgem depois a marisqueira do Mar do Inferno em Cascais (158) e o Solar dos Presuntos em Lisboa (186). Esta é, aliás, lista de domínio espanhol: só no top 10 estão 9 restaurantes tradicionais espanhóis, incluindo o 1.º (Ibai, de Alicio Garro, em San Sebastián)
No top dos restaurantes casuais, não há casas portuguesas entre os 100 primeiros. Mas logo em 101.º há uma respeitada mesa lisboeta: A Taberna da Rua das Flores de André Magalhães – o Mini Bar de Avillez e a Cevicheria de Kiko Martins, ambos em Lisboa, surgem depois, respectivamente, em 193.º e 195.º.
A OAD foi criada em 2007 como uma extensão do blogue de comida assinado por Steve Plotnicki, um antigo chefe de uma editora musical de sucesso no hip hop com base em Nova Iorque (Profile Records, que tinha no catálogo os Run-DMC, por exemplo) e que se tornou um guru e empresário do entretenimento e, por gosto próprio, da gastronomia e dos restaurantes – a Forbes traçou-lhe um interessante perfil aqui. As listas completas para 2019 da OAD podem ser consultadas aqui.