Insolvência de Jamie Oliver não afecta restaurantes internacionais (incluindo o de Lisboa)
O processo de insolvência diz respeito ao “cenário singular” que se vive no Reino Unido e não se reflecte nas operações do estrangeiro, que estão em “crescimento”.
Os restaurantes internacionais ligados ao grupo do chef britânico Jamie Oliver não serão afectados pelo processo de insolvência anunciado esta terça-feira, o que significa que o restaurante Jamie’s Italian, em Lisboa, não fechará portas.
“A operação internacional não é afectada por esta tomada de decisão, uma vez que tem conhecido um percurso inverso [àquele vivido na indústria de restauração britânica] – de elevado desempenho, crescimento e robustez, prosseguindo com normalidade o seu desenvolvimento”, lê-se num comunicado enviado ao PÚBLICO pelo estabelecimento Jamie’s Italian Lisboa, no Príncipe Real, que abriu no início de 2018. “Também a operação em Lisboa tem conhecido esta tendência” de crescimento.
“São operações distintas”, explicou ao PÚBLICO a responsável de marketing do restaurante lisboeta, pouco depois de ter sido anunciada a insolvência do grupo do chef britânico. O jornal Guardian e a BBC adiantavam que os restaurantes fora do Reino Unido não seriam afectados por serem operados em regime de franchising (tal como o restaurante Fifteen, no condado britânico da Cornualha).
No comunicado, esclarece-se ainda que “os recentes acontecimentos dizem respeito exclusivamente a um cenário singular que se vive no Reino Unido”, em que se sentem os efeitos provocados pela “incógnita do que será o ‘Brexit’ e pelo fim anunciado do boom do período dourado da restauração em Inglaterra que assistiu, no último ano, ao fecho de cerca de 750 restaurantes”. No caso de Jamie Oliver, trata-se sobretudo de restaurantes da cadeia Jamie’s Italian (que abriu portas em 2008), mas o grupo detém também os restaurantes Barbecoa, Diner e Fifteen (o primeiro restaurante que abriu, em 2002, em Londres).
O grupo que detém estes restaurantes tinha já anunciado dificuldades financeiras, com prejuízos a amontoar de ano para ano e com uma injecção repentina de 13 milhões de libras (cerca de 14,8 milhões de euros) provenientes dos fundos pessoais de Jamie Oliver, em 2018, para salvar o negócio da bancarrota.
Nos últimos meses, o grupo procurava potenciais compradores. Agora, com o anúncio de insolvência, a consultora KPMG foi nomeada para gerir o processo de protecção dos credores, uma figura prevista no código de insolvências britânico. São mais de 1000 postos de trabalho que ficam em risco nos 25 estabelecimentos operados pela empresa do famoso chef no Reino Unido.