Os problemas nos comboios já não assombram Pedro Marques
Pedro Marques diz que votar PSD é “um voto útil nas sanções e nos cortes”. Candidato socialista criticou direita europeia por ter chumbado metas de redução de emissões de gases com efeito estufa.
O Verão está à porta e as dificuldades nos comboios da Linha de Sintra já se começam a fazer sentir. O problema é agora de outro ministro, Pedro Nuno Santos, que não Pedro Marques e, por isso, o candidato socialista escapou às críticas do autarca. Foi, aliás, alvo de rasgados elogios. “O senhor ministro foi um grande ministro das Infra-Estruturas, sabe porquê? Porque conseguiu fazer o que fez sem dinheiro e isso é muito importante”, disse Basílio Horta aos jornalistas no final da reunião que durou cerca de 15 minutos. “No tempo dele nunca houve supressões de 80 carreiras, havia três ou quatro”, continuou o autarca.
O assunto entrou a pés juntos na campanha para as europeias porque a mobilidade nas cidades e o seu desenvolvimento é um dos pontos na agenda europeia. E Sintra tem um problema grave: “Tivemos cinco milhões de visitantes no concelho todo. Não estamos preparados para isto tudo”, desabafou Basílio Horta numa conversa no Café Saudade onde apareceria a eurodeputada Ana Gomes, para dar apoio ao socialista.
Aos problemas de mobilidade alia-se o desafio de combater as alterações climáticas, assunto que o socialista tem usado nos seus discursos. Esta segunda-feira, no arranque da última semana de contacto com a população antes das eleições, o candidato aproveitou a deixa para criticar a direita. “Quero assinalar que a direita europeia chumbou no Parlamento Europeu o aumento da ambição europeia em matéria de diminuição das emissões. Essa é mais uma marca de diferença entre nós e a direita europeia”, referiu.
No campo das diferenças, haveria de receber do autarca mais uma ajuda. Seria Basílio Horta a pôr em cima da mesa o tema do combate aos extremismos de direita. “Há um grande debate entre aqueles que querem uma Europa democrática, em que os direitos, liberdades e garantias sejam respeitados, e aqueles que têm como modelo o senhor Órban ou a Polónia (…). No PS, é inquestionável o sítio onde estamos. Quem votar no PS vota na democracia, na liberdade, no respeito pelos direitos, liberdade e garantias”, disse o presidente da Câmara de Sintra.
No concelho do país que concentra maior número de nacionalidades entre os seus habitantes, Pedro Marques faria apenas uma referência ao assunto. “A linha vermelha da não tolerância da extrema-direita europeia é para nós absolutamente essencial e aí também há uma diferença entre o meu partido e a direita europeia que demasiadas vezes já se entendeu e já se coligou com a extrema-direita”, referiu.
Com as eleições à porta, o PSD, principal adversário de Pedro Marques, apelou ao voto útil contra o PS. Na volta, o socialista classificou esse “voto últil” como sendo “voto útil nas sanções, nos cortes em Portugal”, disse.
Depois de uma manhã no concelho de Sintra, o socialista irá preparar o debate desta noite que, espera, tenha menos insultos e mais Europa.