Nuno Melo acusa Centeno de se comprometer com impostos europeus
O CDS vai pedir a audição do ministro das Finanças na Assembleia da República.
O eurodeputado do CDS Nuno Melo atacou o ministro das Finanças por ter dado uma “indicação institucional a Bruxelas da disponibilidade” de Portugal para a criação de “impostos europeus, à margem de qualquer autorização do parlamento”.
A acusação de Melo surgiu este sábado durante uma acção de campanha em Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro, na qual criticou o facto de esta indicação ter sido dada “em plena campanha eleitoral”, numa matéria, a eventual criação de impostos europeus, que divide “profundamente” o PS, que os defende, e o CDS, que é contra, segundo disse.
“Não compreendemos realmente que, em plena campanha eleitoral” o “ministro socialista Mário Centeno se permita dar indicação institucional, a Bruxelas, da disponibilidade para impostos europeus, à margem de qualquer autorização do parlamento e basicamente impondo a todos os portugueses aquilo que eventualmente os portugueses não querem”, afirmou aos jornalistas.
O cabeça-de-lista do CDS às eleições de 26 de Maio acrescentou que “não é sério, em campanha eleitoral, um ministro socialista comprometer o Estado português com impostos que são europeus, basicamente abdicando uma parcela muito relevante a soberania” do país, sublinhou ainda.
Na véspera, num jantar com militantes, no Montijo, Setúbal, Nuno Melo já havia mencionado o assunto e a carta do comissário Pierre Moscovici enviada, segundo ele, ao ministro Mário Centeno, que é também presidente do Eurogrupo, a propor esta iniciativa.
Para esclarecer o assunto, o CDS vai pedir a audição do ministro das Finanças, na Assembleia da República.
Numa câmara do CDS, Oliveira do Bairro, Nuno Melo foi ver um projecto de revitalização do mercado, que inclui bicicletas eléctricas partilhadas, construídas por uma empresa portuguesa.
Duarte Novo, o presidente do município, explicou o projecto e Melo interveio para distribuir os louros quer pelos autarcas quer pela União Europeia e menos pelo Governo socialista.
“A estratégia não é do ministro do Ambiente, é da União Europeia. E a economia circular, com esta componente ecológica, é decisão do presente, da Comissão Europeia, do Conselho e do Parlamento Europeu”, declarou.
E Portugal, que “tem desperdiçado tremendamente fundos comunitários, aqui pode dar um exemplozinho de como a execução acontece, graças aos autarcas”, afirmou o eurodeputado que, a seu lado, ouviu o “número dois” da lista, Pedro Mota Soares, dizer que o “fundo ambiental foi negociado pelo Governo anterior”, PSD/CDS.