Justiça brasileira manda prender novamente ex-ministro do PT José Dirceu
Tribunal do Paraná recusou o recurso do antigo ministro de Lula da Silva, que já foi condenado a 30 anos de prisão mas foi libertado por ordem do Supremo.
A Justiça do Paraná (Brasil) mandou prender novamente o ex-ministro brasileiro José Dirceu para cumprimento da sua segunda condenação na operação anti-corrupção Lava Jato.
O Tribunal Regional Federal negou um recurso do antigo ministro da Casa Civil do Governo de Lula da Silva e determinou a execução da pena de oito anos e dez meses de prisão imposta num dos processos da Lava Jato.
O juiz Luiz Antonio Bonat informou que Dirceu tem até às 20h (hora de Portugal Continental) desta sexta-feira para se entregar à Polícia Federal, em Curitiba, capital do estado do Paraná.
A denúncia que levou à condenação em segunda instância mostra que executivos da empresa Apolo Tubulars, interessados em celebrar contratos com a Petrobras, pediram a intervenção a seu favor do então director da Área de Serviços da empresa estatal de petróleo, Renato Duque. Foram feitos contratos e sobrefacturação no valor de mais de sete milhões de reais (cerca de 1,5 milhões de euros).
Segundo o Ministério Público brasileiro, 30% dos valores recebidos foram transferidos para José Dirceu através de um contrato com uma construtora e de despesas com uso de aviões.
Na sua primeira condenação, também no âmbito da Lava Jato, Dirceu, envolvido no escândalo conhecido por Mensalão (que implicava pagamentos a deputados e políticos de vários partidos) foi condenado a 30 anos e nove meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais e organização criminosa, tendo sido considerado culpado também de receber 15 milhões de reais (cerca de 3,32 milhões de euros) em subornos sobre contratos da Petrobras.
Em Junho do ano passado, o Supremo Tribunal brasileiro suspendeu a pena a José Dirceu, do Partido dos Trabalhadores e um dos principais dirigentes do primeiro governo do ex-Presidente Lula da Silva.
Lava Jato é a designação da vasta operação que investigou desvios milionários que ocorreram durante quase uma década na empresa estatal Petrobras e que levou à prisão de empresários e políticos, entre eles o ex-Presidente brasileiro Lula da Silva.