China responde aos EUA e sobe taxas

A esperada retaliação chinesa é feita através da subida de taxas alfandegárias em produtos importados dos EUA no valor de 60 mil milhões de dólares.

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reuters

A China decidiu esta segunda-feira responder à subida de taxas alfandegárias aplicada na sexta-feira pelos EUA com um movimento do mesmo tipo, confirmando a escalada do conflito comercial entre os dois países.

As autoridades de Pequim anunciaram, através de um comunicado do Ministério das Finanças, citado pela Bloomberg, que, a partir do próximo dia 1 de Junho, as taxas alfandegárias aplicadas a 2493 produtos importados dos Estados Unidos passarão dos actuais 5% para 25%. Haverá também subidas de taxas para 20% e 10% em alguns produtos. No total, o valor das importações visadas ascende os 60 mil milhões de dólares.

Esta foi a forma encontrada pela China para responder à aplicação pelos EUA de taxas de juro mais altas (também de 25%) em mais 5700 produtos importados da China, num valor de 200 mil milhões de dólares, que entrou em vigor na madrugada do passado dia 10 de Maio e que foi justificada por Donald Trump com o que diz ser a tentativa da China de voltar atrás em alguns temas negociais onde já se tinha chegado a um entendimento entre os dois países. Na altura, Pequim recusou essa interpretação e disse ser forçada a retaliar, algo que se confirmou esta segunda-feira.

Já esta segunda-feira, apenas duas horas antes do anúncio do Ministério das Finanças chinês, Donald Trump tinha avisado a China que seria melhor não retaliar. “A China não deve retaliar, apenas vai tornar as coisas piores”, escreveu o presidente norte-americano na sua conta do Twitter.

O montante mais baixo nos produtos visados pela subida de taxas chinesa (60 mil milhões de dólares) em relação à efectuada pelos EUA (200 mil milhões) revela a dificuldade que o gigante asiático enfrenta numa luta de taxas alfandegárias. A China exporta muito mais para os EUA do que aquilo que importa e, por isso, o seu espaço de manobra para aumentar taxas alfandegárias é naturalmente menor. Num cenário de nova escalada do conflito, a China poderá ter de recorrer a outro tipo de armas para causar dano à economia norte-americana.

Neste momento, ainda decorrem negociações entre os dois países para chegar a um acordo comercial. Depois de meses em que o entendimento parecia estar a caminho, a decisão tomada pela Administração Trump de subir taxas, vista como um regresso a uma estratégia negocial mais agressiva, mostrou que a obtenção de um acordo pode ser bem mais demorado, algo que tem motivado uma descida dos principais índices das bolsas mundiais nos últimos dias.

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