De castelo a palácio, esta casa em Águeda conta com um passado ainda presente

©Ivo Tavares
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Se antes se distinguia pela antiguidade, hoje marca pela novidade. Se antes parecia um castelo, hoje assemelha-se mais a um palácio. Em pleno centro de Águeda, uma casa ganhou uma nova cara. 

Revestida de branco, a casa quase se divide em duas: de um lado, está a estrutura que já existia — agora totalmente recuperada; do outro, uma estrutura nova, construída de raiz, nas traseiras. Ambas com dois andares, diferenciam-se principalmente pelo aspecto exterior. A primeira, datada do início do século XX, com pormenores art déco, e a segunda com uma arquitectura contemporânea. Apesar das diferenças visíveis ao primeiro olhar, as duas estruturas complementam-se “a nível formal e a nível de cor”, conta ao telefone com o P3 António Figueiredo, do gabinete Espaço Objecto, um dos arquitectos responsáveis pelo projecto, concluído em 2018.

“O nosso principal objectivo foi assumir uma atitude de respeito na reabilitação desta pré-existência”, explica, indo assim também ao encontro da vontade da proprietária. As “particularidades muito especiais” da moradia levaram os criadores a querer mantê-la: “Nunca nos passou pela cabeça demolir aquela casa”, diz António. Pela arquitectura que “marcou uma época” e por ter sido considerado um imóvel de interesse patrimonial pelo Plano Director Municipal (PDM) de Águeda, foi importante para os arquitectos preservá-lo na integridade.

No entanto, como o programa de reconstrução ultrapassava a área que já existia, foi “necessário ampliar”. A nova estrutura, em betão aparente, conta com uma cozinha e zonas de apoio, no rés-do-chão, e dois quartos com casa de banho privativa, no primeiro andar. Nas traseiras encontram-se ainda uma piscina, uma sala de convívio, um pequeno ginásio e instalações sanitárias. Já na cave localiza-se uma garagem, uma adega e arrumos.

Um dos pontos de destaque da construção mais antiga é a torre. Com efeito apenas decorativa, é agora azul escura e foi também recuperada. “Foram substituídos os materiais de revestimento, que estavam bastante degradados”, explica António.

Para o arquitecto, o projecto, aqui fotografado por Ivo Tavares, foi um desafio, não só pelo peso e importância da arquitectura já existente, mas também pelo nível de remodelação necessário. “Quando me convidaram para fazer o projecto, eu vi ali uma responsabilidade muito grande, mas nós, como arquitectos, temos que estar abertos a desafios.”

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