Em dia de manifestação da função pública, há escolas fechadas mas não se sabe quantas

O PÚBLICO foi tentar perceber o impacto da greve contactando agrupamentos de escolas de Norte a Sul: dos 23 agrupamentos contactados 15 relatam estar a funcionar em pleno e oito têm pelo menos uma escola fechada.

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Faltam funcionários em alguns agrupamentos, dizem os dirigentes contactados pelo PÚBLICO Sebastiao Almeida/ Arquivo

As previsões apontavam para que a manifestação da função pública, marcada para a tarde desta sexta-feira, em Lisboa, afectasse o funcionamento das escolas na generalidade do país. Afinal, a Federação Nacional de Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSFPS) emitiu um pré-aviso de greve – que abrange todos os trabalhadores da administração central, incluindo os professores. Mas, ao final da manhã, ainda não é possível determinar o impacto da greve no funcionamento das escolas. Ao que o PÚBLICO conseguiu apurar muitas das escolas fechadas são da região de Lisboa e Porto. 

Apesar de não ter números, o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, diz que “está a haver adesão” ao protesto. Depois de fazer uma ronda por alguns estabelecimentos de ensino de Vila Nova de Gaia, o responsável conclui que “estão fechadas escolas secundárias, escolas básicas e escolas do 1.º ciclo”, sendo que as mais afectadas serão as do 1.º ciclo. Como “há poucos funcionários nessas escolinhas, basta faltar um ou dois para não poderem abrir”. Saber quantas abrem e fecham é que já será mais complicado. É preciso contactar uma a uma. O Ministério da Educação, contactado pelo PÚBLICO, também não tem essa informação.

O fecho das escolas deve-se “mais à falta de funcionários do que de professores”, aponta o representante dos directores de agrupamento.

Também Manuel Pereira, presidente da direcção da ANDE – Associação Nacional de Dirigentes Escolares, não consegue traçar um cenário geral da situação nas escolas do país. No entanto, e em conversa com alguns “colegas da zona Norte”, o balanço que faz é que o impacto da greve é “residual”. “Há uma outra escola encerrada por falta de assistentes operacionais, mas é residual”, disse ao PÚBLICO por telefone, sem conseguir, no entanto, avançar com qualquer número.

O PÚBLICO foi tentar perceber o impacto da greve e contactou alguns agrupamentos de escolas por todo o país. Dos 23 agrupamentos contactados, 15 relatam estar a funcionar em pleno e oito têm pelo menos uma escola fechada.

A Norte, o impacto da manifestação dos professores não está a ser sentido na generalidade dos distritos contactados pelo PÚBLICO – excepção feita ao distrito do Porto.

Em Viana do Castelo, no Agrupamento de Escolas da Abelheira, não há escolas fechadas nem professores em greve – apenas quatro funcionários ausentes. Em Braga, no Agrupamento de Escolas de Braga Oeste não se sentem os efeitos da manifestação dos professores.

Em Vila Real, no Agrupamento de Escolas Diogo Cão, está tudo a funcionar como o normal, sem escolas fechadas. No distrito de Bragança, no Agrupamento de Escolas de Mirandela também não há uma escola fechada.

No distrito do Porto, o PÚBLICO contactou quatro agrupamentos de escolas, e dois deles tinham pelo menos uma escola fechada – à excepção do Agrupamento Carolina Michaelis e Thomaz Pelayo onde tudo decorre como o normal.

No Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano, na cidade do Porto, fechou a Escola Básica Ramalho Ortigão. No agrupamento de Valadares, em Vila Nova de Gaia, há cinco escolas fechadas.

Ao Centro, em Aveiro, no Agrupamento de Escolas de Vagos e no da Oliveirinha tudo decorria como normal. O mesmo foi relatado na escola básica Dr. Azeredo Perdigão, do Agrupamento de Escolas de Viseu Norte. Já o Agrupamento de Escolas Coimbra Centro tem informação de uma escola fechada.

Contactado pelo PÚBLICO, o Agrupamento de Escolas da Sé, na Guarda afirmou não ter informação sobre todas as escolas, mas acrescentou que na Escola Secundária da Sé tudo estava a correr como o normal.

Em Leiria, na Escola Secundária D. Dinis, tudo normal. Assim, como no Agrupamento de Escolas Nuno Álvares, em Castelo Branco.

Mais abaixo, no Agrupamento de Escolas de Alcanena, em Santarém, fechou uma escola do 1.º ciclo e um jardim de infância. A situação foi semelhante no Agrupamento de Escolas do Bonfim, em Portalegre, onde só uma escola do 1.º ciclo encerrou.

Na capital, a Escola Secundária Filipa de Lencastre está a funcionar em pleno. Também no distrito de Lisboa, mas já fora dos limites do concelho, na Amadora, a maioria das escolas do Agrupamento de Escolas da Damaia não chegou a abrir portas.

No Alentejo, entre os estabelecimentos contactados pelo PÚBLICO, só o Agrupamento de Escolas N.º1 de Beja encerrou.

No distrito de Faro, na Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, os efeitos da participação na manifestação da função pública não se fizeram sentir. O mesmo acontece nas ilhas. O PÚBLICO contactou a Escola Básica e Secundária da Calheta, Açores, e a Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco, Madeira, estão a funcionar normalmente.

Para além da manifestação, marcada para esta tarde, os professores concentraram-se, durante a manhã, nas galerias da Assembleia da República, onde é votado o diploma para a recuperação do tempo de serviço.

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