Costa agradece ao Parlamento “vitória da responsabilidade”
O primeiro-ministro pôs um ponto final na crise que desencadeou há uma semana ao ameaçar demitir-se. Ainda que em tom cordato não deixou de apontar o dedo ao PSD e ao CDS.
Foi um primeiro-ministro cordato e a medir o peso exacto das palavras que fez esta sexta-feira uma comunicação ao país para a agradecer ao Parlamento a “vitória da responsabilidade”, que significou a reprovação pelo PS, PSD e CDS, das alterações ao decreto-lei que reconhece o descongelamento parcial das carreiras dos professores.
Depois de há oito dias ter ameaçado demitir-se caso estas alterações fossem aprovadas, o primeiro-ministro, António Costa, pôs o ponto final na crise fazendo questão de dizer: “Quero manifestar à Assembleia da República o nosso reconhecimento pelo resultado final desta votação.”
Insistindo na ideia de que o reconhecimento integral do tempo de serviço congelado podia pôr em causa a “continuação da recuperação” do país, a “credibilidade externa” e a “governabilidade”, António Costa frisou mais uma vez que estas alterações iriam pôr em causa “as condições de governação futura” sobre as quais “só os cidadãos, chamados a votar, podiam decidir”.
O primeiro-ministro não deixou de apontar o dedo ao PSD e ao CDS. “Os portugueses ficaram perplexos com as votações do PSD e do CDS em comissão" e com “as explicações que foram dadas ao longo da semana.”
O primeiro-ministro voltou a lembrar que o descongelamento integral não estava em nenhum programa eleitoral e voltando a referir-se ao PSD e ao CDS sublinhou “a enorme cambalhota que aqueles que foram campeões da austeridade” deram ao quererem “ser campeões da generosidade”.
Quanto à guerra dos números em termos de impacto orçamental do descongelamento total das carreiras, António Costa garantiu: “Afinal, disseram que o Governo estava a mentir, mas o Governo estava a falar a verdade. Ainda ontem a UTAO veio confirmar isso.”
O primeiro-ministro repetiu que o Governo foi “ao limite do que era possível” no que toca a reconhecimento de tempo de serviço congelado tendo em conta que assim “é possível replicar a solução a outros profissionais” das carreiras especiais do Estado. E terminou afirmando: “Espero que agora a paz possa regressar à escola.”