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Com um crime e um castigo, Rafa escreveu a obra que salvou o Benfica

O Benfica salvou-se e mantém o FC Porto à distância. Jogo com Portimonense proporcionou uma vitória que parecia improvável e uma goleada inesperada.

Rafa bisou neste sábado.
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Rafa bisou neste sábado. LUSA/MANUEL DE ALMEIDA
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Rafa festeja um golo LUSA/MANUEL DE ALMEIDA
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Momento do jogo entre Benfica e Portimonense LUSA/MANUEL DE ALMEIDA
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A festa do golo de Rafa e João Félix LUSA/MANUEL DE ALMEIDA
Robinho
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Momento do Jogo entre o Benfica e o Portimonense LUSA/MANUEL DE ALMEIDA
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Momento do Jogo entre o Benfica e o Portimonense LUSA/MANUEL DE ALMEIDA
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Seferovic, após um dos seus dois golos LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O Portimonense cometeu o crime, oferecendo o golo, o Benfica aplicou-lhe o castigo, mudando o curso do jogo. Rafa foi o autor da “obra” que salvou os “encarnados”, neste sábado, permitindo ao Benfica bater o Portimonense, por 5-1, e garantir que termina a ronda 32 da I Liga na liderança. A “bola” está, agora, do lado do FC Porto.

No Estádio da Luz, o jogo teve contornos bizarros, pela forma como o Benfica, quase “do nada”, virou um jogo que prometia complicar – e muito – as contas do título. Cortesia de Rafa que, até aí, esteve “adormecido”.

Os “encarnados” pareceram subir ao relvado “com sono”, tal foi o nível de adormecimento na pressão, sem bola, e na circulação, com ela. A primeira parte trouxe um Portimonense audaz e esta é a melhor forma de definir o que se passou, dado que foi esta audácia que permitiu, por um lado, que o Portimonense somasse oportunidades de golo, mas também foi essa audácia que permitiu ao Benfica ter 10/15 minutos de superioridade.

Expliquemos: o Portimonense chegou com a ideia de pressionar bastante alto a saída de bola do Benfica. Não nos centrais “encarnados”, mas numa segunda linha, em cima de Florentino, Samaris e, sobretudo, com Grimaldo bem tapado. Lição bem estudada, dado que se sabe como é essencial a ajuda de Grimaldo na primeira fase de construção do Benfica, sobretudo quando Pizzi e Rafa não procuram dar soluções por zonas interiores. 

Colocando 5/6 jogadores à frente do meio-campo, o Portimonense recuperou várias bolas em zonas adiantadas e, mais do que isso, conseguiu combinações curtas perto da área do Benfica, tendo sempre superioridade numérica frente aos desamparados e lentos Florentino (mau jogo) e Samaris.

Apesar de uma primeira oportunidade de golo para o Benfica, com “oferta” de Ricardo Ferreira, a pressão do Portimonense poderia ter dado frutos, aos 11 e 22 minutos, em três oportunidades desperdiçadas.

A partir dos 25 minutos, o jogo mudou um pouco, por dois factores: pareceram faltar “pernas” ao Portimonense, por um lado, e o Benfica começou a ser mais agressivo na recuperação, por outro. Isto – aliado à maior participação de Grimaldo e Félix (bem a procurar bola entrelinhas) nas jogadas ofensivas – permitiu ao Benfica  “encostar” o Portimonense à área e somar bons lances: Grimaldo, aos 26’, Félix, aos 33’, Pizzi, aos 34’, e Grimaldo, aos 36’.

O Benfica voltou, depois, a “acalmar” o ritmo e permitiu aos algarvios um par de saídas rápidas que poderiam ter dado golo. Numa delas, Tabata falhou na cara de Odysseas, quatro minutos antes do livre directo de Samaris, bem defendido por Ricardo, que pôs fim ao primeiro tempo.

A segunda parte trouxe, novamente, um Benfica adormecido, e o Portimonense teve a eficácia que não tinha tido nos primeiros 45 minutos: Tabata (muito bom jogo) foi lançado em profundidade e, com Ferro desposicionado, surgiu na zona deixada livre pelo jovem central, “deitou” Odysseas e finalizou bem. Estádio da Luz em alvoroço.

Já havia um Benfica lento e pachorrento e, por esta altura, havia, também, desvantagem no marcador. E eis que, quando nada o faria prever – Paulinho até tinha desperdiçado um bom lance para o 2-0 –, Rafa “acordou”.

Depois de 62 minutos de adormecimento (que muito prejudicou o nível do Benfica, por estar muito agarrado ao corredor), o internacional português aproveitou uma oferta de Lucas e “picou” perante Ricardo Ferreira. Uma finalização que, para muitos, Rafa não seria capaz de fazer há uns meses.

Acordou Rafa e acordou o Benfica. A equipa começou a já habitual “avalanche” ofensiva e, aos 63 minutos, falhou um lance caricato. Rafa e Seferovic, com Jonas e Félix nas “redondezas”, atiraram à barra e não finalizaram quase em cima da linha de baliza e, depois de um aviso de Grimaldo, no minuto seguinte, veio o “alívio”. Seferovic fez os já habituais movimentos de profundidade e largura – muito importante na manobra deste Benfica de Lage – e obrigou Ricardo Ferreira a sair da baliza. Sem guarda-redes, Rafa acabou por fuzilar, no centro da área, carimbando o bis.

A partir daqui, pouca história há para contar. O Portimonense perdeu-se – apesar de ainda ter tido um bom lance aos 77’ – e o Benfica controlou, com bola, aproveitando para engordar o marcador. Seferovic “matou” o jogo aos 84’ – boa finalização, após assistência de Pizzi –, bisou aos 86’ – encostou o passe de André Almeida e fez o 21.º golo na Liga – e Jonas selou a “mão cheia”, já nos descontos, com nova assistência de Almeida (a 12.ª do lateral).

Em suma, um jogo com um desfecho que roça o bizarro, de tão inesperados que foram os golos do Benfica. Premeia, ainda assim, o volume de oportunidades dos “encarnados”, e castiga um Portimonense perdulário e que cometeu o “crime” de oferecer a Rafa o 1-1 que acordou o Estádio da Luz.

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