Unidades de saúde do SNS devem ter planos de contingência para responder ao calor, recomenda DGS

Garantir a existência de salas climatizadas, identificar as pessoas mais vulneráveis e prever a adaptação da sua medicação, quando aplicável, fazem parte das recomendações.

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Rui Gaudencio

Todos os serviços e unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) devem ter planos de contingência para responder ao aumento da procura motivada pelo calor intenso, segundo recomendações da Direcção-Geral da Saúde (DGS) divulgadas nesta sexta-feira.

O “Plano de contingência saúde sazonal — Módulo verão 2019”, que entra em vigor a 1 de Maio e se estende até 30 de Setembro, apresenta orientações estratégicas e referenciais que permitem comunicar o risco e sua gestão à população e aos parceiros do sector da saúde, bem como capacitar os cidadãos para a sua protecção e a prontidão dos serviços de saúde para a resposta ao aumento da procura.

Nesse sentido, reforça a necessidade de todos os serviços e estabelecimentos do SNS implementarem Planos de Contingência de nível local e regional.

“Com base na informação disponível a nível nacional, regional e local, as ARS [administrações regionais de saúde e as instituições do SNS devem organizar-se, em cada momento, antecipando as necessidades de resposta face à procura (aumento da procura ou procura diferente da esperada) com o objectivo de minimizar os efeitos do calor intenso na saúde e nos serviços”, lê-se no documento publicado no site da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Segundo o plano, as instituições e serviços do SNS devem, entre outras medidas, promover a linha SNS 24 (808 24 24 24) como primeiro contacto com o sistema de saúde, garantir a articulação dentro e fora do sector da saúde, identificar previamente e gerir as necessidades em estruturas e equipamentos e recursos humanos, com especial atenção aos períodos de férias.

Garantir a existência de salas climatizadas e identificar as pessoas mais vulneráveis e prever a adaptação da sua medicação, quando aplicável, são outras recomendações do plano.

“Cada instituição e serviço do SNS deve garantir a mais ampla divulgação das medidas a implementar e promover o seu cumprimento”, sublinha.

O documento lembra que Portugal é um dos países europeus vulneráveis às alterações climáticas e aos fenómenos climáticos extremos, tendo em conta a sua localização geográfica.

“Na Primavera/Verão ocorrem frequentemente temperaturas muito elevadas (extremas) não apenas de forma pontual, mas em períodos continuados de tempo, podendo existir efeitos graves sobre a saúde, incluindo desidratação e descompensação de doenças crónicas”, salienta.

Pelos potenciais efeitos na saúde das populações são ainda relevantes os afogamentos, as toxinfecções alimentares, o aumento da população de vectores, nomeadamente mosquitos e carraças e os incêndios, adianta o plano, advertindo que o potencial aumento da morbilidade pode conduzir a um aumento da procura dos serviços de saúde.

“Nesta altura do ano algumas regiões do país, como o Algarve e outras zonas, aumentam a sua população devido aos movimentos sazonais ligados ao turismo e/ou à ocorrência de eventos de massas habituais ou esporádicos”, refere a DGS, que 2004 implementa Planos de Contingência com o objectivo de minimizar os potenciais efeitos do calor intenso na saúde da população.